Depois dos sustos da pandemia vírica (ainda não extinta), as populações de muitos países almejavam por tempos de expansão e liberdade, como se isso fosse tão necessário como o ar que se respira. Nas democracias da Europa ocidental não se imaginava a situação de guerra que deflagrou no coração do seu espaço geográfico (e seu mal protegido “celeiro”…). Mas devia, porque a natureza humana é como é. Os (maus) instintos podem soltar-se em (todos os) momentos propícios, coisa que já devíamos ter aprendido há muito, se estudássemos História como a História merece ser estudada.
O “bicho homem” continua a ser um animal da natureza, por debaixo do verniz social que é a educação. E a educação é um conjunto de convicções e acções, muito mais do que alguma disciplina científica. Mesmo que deste modo a consideremos, em teoria, haverá sempre a crueza dos factos a acentuar a desconformidade entre desejos autênticos ou convencionais e a realidade. Realidade que, não obstante, não permite nem sugere que abdiquemos da educação, antes pelo contrário.
Vem-me isto a propósito do líder Putin, para mim um criminoso e um assassino, até agora impune. Ele e os que colaboram estreitamente com ele. O facto de serem muitos só acentua o carácter chocante e cruel do mundo concreto. As ditaduras são, em si mesmas, criminosas, mas criminosos há também, e numerosos, nas democracias, gozando de liberdade…
Educação, democracia e liberdade são flores frágeis de um mesmo jardim, que exigem atenção e cuidados permanentes – muitos cuidados.
José Batista d’Ascenção.