quinta-feira, 3 de abril de 2025

Os (principais) líderes políticos que temos são como nós (genericamente) somos

Vulgares. Pouco competentes. Manhosos. Interessados muito mais nos seus objectivos pessoais do que nas metas que deviam ser as do país. Alheios às dificuldades e às preocupações dos portugueses, em nome dos quais (dizem que) fazem política.

E a líderes assim seguem-nos outros políticos (que também são) assim. Políticos que concordam com a afirmação de que as pessoas não estão bem, mas o país está. Se o diagnóstico fosse verdadeiro, os problemas resolviam-se tirando as pessoas do país. Ficava um país sem gente. E muita gente jovem, de valor, faz isso mesmo – vai-se embora. Ou, então, tais líderes fazem a política que trazem das «jotas», impulsivos e imaturos, indiferentes às consequências. Os extremos agradecem. E crescem.

É uma desilusão. O clima eleitoral é decepcionante. Não há esperança.

Aqui chegados, temos de falar dos cidadãos eleitores. Com quem se identificam eles? Porque elegem corruptos, alguns deles condenados pelos tribunais e outros ilesos, ainda que nada inocentes (perante factos inaceitáveis, de tipologia vária, sobejamente conhecidos)? Creio que é por serem medularmente iguais. A corrupção é aceitável, não faz mossa, e a maior (?) parte das pessoas praticava-a, se pudesse. E as crianças aprendem com os adultos: com o que eles praticam, muito mais do que com o que eles (lhes) dizem. O que se passa nas escolas, nas ruas e nos recintos desportivos é reflexo disso.

Em minha opinião não é elevadamente nobre, o povo. A pobreza não é certificado de honestidade, nem, muito menos, a riqueza o é.

Quem somos nós? Quais são os nossos valores? Que justiça exigimos? Que educação fazemos? Que exemplos damos?

Temos o que merecemos?

José Batista d’Ascenção