Ao quarto dia, os meninos foram para as respectivas escolinhas, onde tomam o almoço e permanecem ocupados, de tarde, até à hora que os queiram ir buscar. Nós, escapámo-nos para Manhattan, para o «The Met Fifth Avenue», o «Louvre» (não sei se os norte-americanos se indignariam com a designação…) do «Central Park». A Lurdes escolheu as áreas a visitar: limitámo-nos a uma ala do piso 1: começámos pela arte egípcia e a seguir a arte grega e romana, até a fome dominar. Os restantes 90% do museu ficaram para outras oportunidades. Enchemo-nos de pizas num estabelecimento italiano da estação de metro do Calatrava (nada a ver com as «palmeiras» da gare do Oriente…) e regressámos para ir buscar a criançada. O resto da tarde foi em ambiente caseiro relaxante para eles e para nós, porque todos precisávamos e merecíamos.
Ao quinto dia mantivemos o esquema: deixámos os meninos na(s) escola(s) e voltámos a Manhattan, para visitar uma biblioteca maravilhosa: «The Morgan Library&Museum». A Joanina, em Coimbra, é uma lindeza, mas aquela não é menos preciosa, tem um acervo muito maior (imenso, antigo, variado e valioso) e, sobretudo, é um espaço aberto à frequência turística muito prático, acessível e confortável: deixar guarda-chuvas, casacos, mochilas, tomar café, repousar em bancos apropriados, usar cadeiras de rodas… Outra vez a limitação do tempo. O almoço num restaurante espanhol, o regresso, ir buscar os meninos, dar-lhes atenção: por isso fomos o resto da tarde para a piscina interior na base do prédio, devidamente aquecida. Todos ao banho, excepto eu, que prometi ficar sentado a ver e tirar as fotos. E assim se gastaram as energias para sossego e merecido recolhimento ao fim do dia.
O sexto dia teve um desenho parcialmente semelhante. Meninos na escola e os graúdos no museu do metropolitano em Brooklyn. Tudo desde há cerca de cem anos, com a maquinaria, a técnica, as ferramentas e os explosivos para construir os túneis sob o rio Hudson, as carruagens, os sistemas de bilheteira, as máquinas automáticas de cobrança e de “destrocar” moedas, desde então até hoje. Neste dia regressámos mais cedo, almoçámos e fomos logo buscar os meninos, já almoçados. E partimos, de carro, para o museu das crianças de Brooklyn. Aquilo é um mundo fantástico para pequeninos, de qualquer idade, e que impressiona sobretudo os adultos. Ficámos até à hora do fecho, momento de grande pena dos mais pequenos.
O sétimo dia foi o expoente máximo para mim. Novamente deixámos os meninos na escola e fomos para o Jardim Botânico de Nova Iorque. É um espaço fabuloso, pela dimensão (o Botânico de Coimbra é uma jóia em 13 hectares, o de NY estende-se por 100!), pelos espécimes, em número, diversidade, organização, identificação, e pelo cuidado com que tudo é tratado e se apresenta. Uma exposição de orquídeas do outro mundo, ocupando parte de uma estufa gigantesca (olhando, simplesmente, pareceu-me que cabiam dentro dela mais de dez como a de Coimbra). No centro do Jardim um edifício magnificente em estilo e tamanho, que é a biblioteca do Jardim Botânico, a qual só vimos por fora e que deve albergar muitas dezenas (centenas?) de milhares de volumes. Foram várias horas de uma corrida contra o tempo coroada com um prémio reconfortante: na secção dos narcisos encontrámos o belíssimo «Narcissus jonquilla var. henriquesii» (dedicado ao Professor Júlio Henriques da Universidade de Coimbra) com o nome de Portugal no canto inferir direito da etiqueta.
O regresso fez-se já com pena, era preciso arrumar as tralhas, comer qualquer coisa, afagar os meninos, que souberam não chorar na despedida e partir para o aeroporto.
Obrigado, queridos filhos e netos.
José Batista d’Ascenção
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