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Conto entre os familiares, os amigos mais queridos e outras pessoas que muito estimo alguns gordinhos que não imagino de outra forma, sob pena de perderem a identidade, a graça e o o encanto. São assim desde sempre e parece-me que não podiam ser de outra forma. E não, essas não são pessoas doentes. Há-as, com grande sofrimento, mas não essas.
É notório que as barrigas dos portugueses, especialmente os das classes (mais) baixas estão a pecar por excesso de rotundidade, por vezes até ao grotesco, em consequência de desequilíbrios alimentares, resultado sobretudo de ignorância, mas também de limitação económica que impede o consumo de alimentos de melhor qualidade e… mais caros.
Claro quer a obesidade não é um problema específico dos portugueses, longe disso. Hoje, no mundo, o número de pessoas com excesso de peso suplanta já o de pessoas com fome quantitativa extrema. Sabemos que a obesidade é caminho para outras perturbações de saúde, como as doenças cardiovasculares (hipertensão, aterosclerose, avecês, enfartes…) e a diabetes de tipo II. Em pessoas de quaisquer idades, mas sobretudo em jovens, a gordura patológica implica ainda forte perturbação da auto-estima, dificuldades de locomoção e problemas de coluna.
Uma ida à praia ou a passagem por salas de espera de centros de saúde bastam, talvez, para se ter uma ideia mais aguda da falta de saúde alimentar no nosso país.
Esta matéria deve merecer a atenção e a aplicação de várias entidades, enquanto problema muito sério a ir… mitigando. Informação não falta, mas é preciso fazê-la chegar ao entendimento (para alterar os comportamentos) das pessoas comuns. Instituições de apoio e segurança social, sistema de saúde, escolas e comunicação social, mormente a pública, têm muito a fazer. No caso das escolas, quanto a mim, a alimentação racional devia ter maior relevo na disciplina de ciências naturais, desde o sétimo ao nono ano de escolaridade. A não ser assim, faremos (estamos a fazer…) das nossas crianças adultos doentes, e manteremos as nossas terceira e quarta idades dependentes da «farmácia» e dos meios auxiliares de locomoção, tornando o último quarto da vida da generalidade dos portugueses um calvário de dores e um rosário de lamentações, já não falando na despesa.
Cabe-nos fazer diferente e melhor. E não se percebe que não nos apliquemos mais efectivamente nessa imprescindível e inadiável tarefa.
José Batista d’Ascenção
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