Não sei se é boa literatura, mas é um livro extraordinário de análise psicológica, sociológica e política. De uma autenticidade que só a lucidez e a honestidade tornam possível. O que somos e o que (não) fazemos. O egoísmo e a força das crenças. As ilusões consumistas. A fragilidade dos ignorantes (que todos somos) e dos sábios. A passagem do tempo e a trituração indiferente de cada um. O progresso que não torna as pessoas mais felizes. O registo permanente (desmesurado, excessivo e irrelevante) de tudo nos «gadgets», próprios e alheios, que cada indivíduo atulha para si e prodigaliza a potentíssimas bases de dados. A tecnologia que não espera por ninguém. O tédio e o desinteresse. A indiferença do mundo face à irrelevância do indivíduo. A solidão irresolúvel. O fim e o inevitável esquecimento - a morte inexorável que, em poucas gerações, tudo apaga(rá) da memória vívida dos que nos sucedem .
Concluo eu: só há verdadeira grandeza de alma na bondade das acções e nos corações que estimam sem cobrar, sendo que esta riqueza preciosa não é objectivo maior da autoformação humana.
José Batista d’Ascenção
Estou quase a terminar de o ler. Admiro a análise que apresenta. Está de acordo com o que penso mas não conseguiria ser tão assertiva.
ResponderEliminarConceição
Obrigado pelo seu comentário, Conceição. Gosto que me confirmem que não tresli, por assim dizer.
Eliminar