Não há melhor sistema político do que a democracia. Mas a democracia exige cidadãos educados e exigentes e políticos responsáveis e responsabilizáveis.
Decorre uma campanha eleitoral (autárquica) encaixada, em termos práticos, noutra campanha (a presidencial), começada, efectivamente, há muito tempo, demasiado tempo (Marques Mendes bem podia dizê-lo, e não apenas ele. Só o PS parece alheio, e não é por motivos salutares…).
E assim que a próxima campanha (presidencial) termine, logo outra (a das legislativas) se seguirá, com o seu ritual de hipocrisia, farta despesa, descrença e saturação.
São difíceis os tempos: correm muito mais velozes as mentiras e as notícias falsas do que a verdade e as análises sérias e racionais. A deseducação em que caímos favorece este estado de coisas, que tende a agravar-se.
Deixei de ver telejornais (tirando o do canal 2 da RTP, às 21.30 h). Faz-me pena e revolta que bons jornalistas, que ainda os há, deixem de comunicar notícias e de fazer análises, para “convidarem” políticos, académicos e militares, os quais, na suposta condição de «especialistas» (nem falo dos do futebol…) puxam as brasas para o lado que lhes convém ou que servem (as excepções confirmam a regra).
Como os pais perderam a capacidade de educar os filhos, soçobrando face à influência avassaladora dos meios digitais, e a escola se degradou como (não) era previsível, temos a irracionalidade a tomar conta do mundo, as democracias a fenecer e o poder financeiro a prevalecer: é uma espécie de modernidade das cavernas.
Em nome dos princípios, não podemos abdicar de nós mesmos.
Porventura, é só uma fase má. Tomara.
José Batista d’Ascenção
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