Diferentemente de muitos e grados companheiros de partido, António José Seguro não caucionou o modo de fazer política de José Sócrates.
Soube, com grande dignidade, afastar-se da política partidária quando António Costa o tombou democraticamente da liderança do partido socialista (PS).
É um moderado de convicções que não baixou nem cedeu à prática comum das piruetas políticas de caserna. Gosta de política, desde sempre, e serve-a com dignidade, qualidades que aprecio.
É um homem de atitude afável e humilde, próximo dos cidadãos e atento à realidade social do país.
Não teve privilégios prévios de usufruto de tempo para prédicas televisivas a solo: quis apresentar-se às eleições presidenciais e candidatou-se, como deve ser.
Alguns elementos cimeiros do seu partido, caso de Santos Silva – que nunca deram pelas falcatruas socráticas – vota(ra)m-lhe um ódio que não esconde(ra)m. Eles lá sabem porquê. É pena que o PS e a sua direcção actual pareçam reféns dessas figuras que se supõem, elas mesmas, de subida (mas na realidade muito relativa) importância política e social.
Homenagem a cidadãos do PS, como Manuel Alegre, que logo viram o óbvio e se declararam apoiantes de António José Seguro, com a clareza de ideias que sempre os caracterizou.
Homenagem ao notável «capitão de Abril», Vasco Lourenço, lutador pela liberdade, que também já lhe manifestou o seu apoio.
Os detractores de António José Seguro acusam-no de personalidade baça e de fragilidade de liderança. A tentativa de depreciação carece de fundamento. Contra-argumentando, nem é preciso notar que personalidades de incomensurável sagacidade política, como Mário Soares, ou malabaristas políticos de cultura e raciocínio brilhantes, como Marcelo Rebelo de Sousa, não impediram o curso da democracia portuguesa em direcção à actual conjuntura partidária e à consequente, e miserável e confrangente, composição e ultrajante praxis da assembleia da república.
Antes aqueles que não se julgam iluminados pelos deuses.
Felicidades, António José Seguro.
José Batista d’Ascenção
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