Do livro: «Alimentação, Mitos e Factos», de Isabel do Carmo. Editora «Oficina do Livro». 1ª Edição, 2020. (páginas 79-86).
A doença celíaca é causada por anticorpos contra o glúten, contido em cereais como o trigo. Fonte da imagem: aqui. |
A verdadeira intolerância ao glúten, chamada doença celíaca, «é uma doença inflamatória do intestino delgado causada por uma reacção imunológica ao glúten [o organismo produz anticorpos contra as proteínas contidas no glúten]. […] Os grãos de cereais que contêm estas proteínas são o trigo, o centeio e a cevada» […], logo também contêm glúten «todas as substâncias produzidas a partir da fermentação da cevada, como o malte e a cerveja […].
A prevalência da doença celíaca na população em geral é muito variável, podendo ir de 0,1 a 1%.[…]
Os sintomas clássicos são diarreia, fezes contendo gordura e magreza persistente. Por vezes há anemia por falta de ferro, alterações do esmalte dos dentes e artrite. Algumas pessoas têm análises positivas e não têm nenhum sintoma. Outras têm sintomas ligeiros. Se estas pessoas também tiverem alterações da mucosa [“superfície”] intestinal, apesar de não terem sintomas, considera-se «doença celíaca silenciosa» e aconselha-se a alimentação sem glúten […].
Para este regime alimentar [sem glúten] ser rigoroso não deve incluir trigo, centeio e cevada e tudo o que seja feito com estas farinhas, como pão e massas, mas também molhos, condimentos, carne processada, substitutos vegetarianos da carne, cervejas, vinagres de malte, que podem conter glúten, apesar de não estar discriminado.»
Os sintomas clássicos são diarreia, fezes contendo gordura e magreza persistente. Por vezes há anemia por falta de ferro, alterações do esmalte dos dentes e artrite. Algumas pessoas têm análises positivas e não têm nenhum sintoma. Outras têm sintomas ligeiros. Se estas pessoas também tiverem alterações da mucosa [“superfície”] intestinal, apesar de não terem sintomas, considera-se «doença celíaca silenciosa» e aconselha-se a alimentação sem glúten […].
Para este regime alimentar [sem glúten] ser rigoroso não deve incluir trigo, centeio e cevada e tudo o que seja feito com estas farinhas, como pão e massas, mas também molhos, condimentos, carne processada, substitutos vegetarianos da carne, cervejas, vinagres de malte, que podem conter glúten, apesar de não estar discriminado.»
Não confundir: «A alergia a cereais [como outras alergias] não é a mesma coisa que a doença celíaca embora também seja desencadeada por anticorpos.
[…] Várias celebridades, como actores ou desportistas, mostraram publicamente que não comem produtos com glúten.
Daqui aos […] 100 milhões de norte-americanos que não comem glúten e aos seus imitadores europeus foi um ápice. Entretanto comem soja e seus derivados… a grande produção agrícola norte-americana.»
Tornou-se moda.
O que se passa é que «há uma grande variedade de sintomas gastrointestinais que são atribuídos ao glúten e que são de outra origem. Podem desde logo ser atribuídos à má alimentação, rica em gordura, molhos, bebidas alcoólicas, doces e pobre em vegetais e fruta.
[…] O refluxo gastroesofágico do adulto [por exemplo] é muito comum», mas a causa não é o glúten. Nem dessa nem de muitas outras perturbações da fisiologia dos intestinos. Também «não deve ser feita qualquer confusão com duas doenças muito sérias – a colite ulcerosa e a doença de Crohn.»
[…] «A alegada sensibilidade ao glúten é talvez a moda alimentar com mais repercussão, rivalizando com a intolerância à lactose e por vezes acumulando. […] Aquilo que era um pequeno nicho de mercado, difícil de encontrar para os portadores da doença celíaca, tornou-se um grande alvo comercial. A maior parte destes consumidores não tem intolerância ao glúten» […].
Por outro lado, estudos científicos mostraram «que as pessoas que ingeriam maior quantidade de alimentos com glúten tinham menor probabilidade de risco cardiovascular.» Acresce que a investigação revelou que «o pão sem glúten tinha em média mais do dobro da gordura e três vezes menos proteína. O mesmo se passava com as bolachas. As massas tinham metade da proteína. De facto, para obter o mesmo volume os fabricantes confeccionam aqueles produtos com farinha de milho e batata, juntando mais gordura para melhorar o gosto. Por outro lado, com a farinha de trigo a ser substituída por milho e batata no pão, bolachas e cereais de pequeno-almoço estamos também a retirar vitaminas e sais minerais em que o trigo é rico e o milho e a batata são pobres. A broa de milho é muito saborosa mas não substitui o pão de trigo ou de mistura.»
Nota: A composição deste texto foi feita com citações do livro referido. A sequência escolhida não corresponde à ordem em que os excertos citados aparecem no original.
José Batista d’Ascenção
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