Imagem adaptada, obtida aqui. |
Os dias encurta(ra)m, mas o sol da tarde é quente. As noites, cada vez mais longas, trazem fresco e o fraco consolo de pensar que os incêndios são mais fáceis de combater.
É (para mim) um mês simpático, o de Setembro. Um mês de paz. As vindimas da minha aldeia são uma grata recordação de infância, cada vez mais remota, e por isso mais terna. Nesse tempo havia as férias (mesmo) grandes e as brincadeiras com primos ou (meninos) amigos ficaram agradavelmente gravadas na memória.
No presente, Setembro é apenas Setembro, bom pela ideia do que foi e pelas hipótese do que (ainda) pode ser, senão na realidade, pelo menos em intenções ou planos ou sonhos, já que os anos se escoam para quem passou a meia-idade e tem cada vez menos tempo para viver e alimentar e concretizar projectos. Por essa razão, há que aproveitar o tempo que resta da forma mais compensadora, em legítimo proveito próprio ou dos demais, particularmente dos vindouros.
Um dia destes, as folhas tingem-se de matizes diversos, normalmente apaziguadores, para a minha sensibilidade.
Os meninos voltam à escola. Uma felicidade que não valorizamos quanto devíamos. Os (seus) pais adentram-se nas rotinas do trabalho ou amarguram-se na desventura do desemprego. Os avós velam pelos adultos, seus filhos, e pelos jovens e crianças, seus netos, se não vegeta(re)m à espera da morte em lares, tantos deles esconsos.
Setembro é portanto bom e menos bom, consoante os casos e a sorte de cada qual. É nosso dever melhorá-lo quanto possível. Por nós e por todos os outros.
José Batista d’Ascenção
Sem comentários :
Enviar um comentário