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Hesitei em escrever isto. Mas há contentamentos que não cabem em nós. Cá vai, sem pedir licença à personagem principal.
Eu e a maior parte dos meus amigos chegámos àquela idade em que cada ida aos laboratórios de realização de exames médicos desencadeia receios tanto maiores quanto a precisão e minúcia da tecnologia actual.
Foi o caso que, no início do Verão, o meu amigo Antão teve que ir fazer umas análises. Aquelas implicaram outros exames e as dúvidas aumentaram. E com elas o medo. Como eu sempre gostei de estudar fisiologia animal (o que agradeço ao Professor Arsélio Pato de Carvalho e à sua esposa, a Professora Caetana A. M. Carvalho, que tão boas lições me proporcionaram na primeira metade da década de oitenta do século passado, na Universidade de Coimbra), dei comigo a alargar-me nas explicações de anatomia interna, a discutir hipóteses e a incidir em possibilidades e probabilidades benignas.
Em benefício do meu amigo, chegaram na semana passada os resultados de tomografias e biópsias que o não salvam de “ir à faca”, mas que foram um alívio das preocupações dele e de nós que o consideramos, por apontarem um mal que não é aquele que normalmente nos arrasa, antes ainda de começarmos a luta para o vencer.
Por isso, na manhã de ontem, Domingo, enquanto ele, o Bastos e eu demos a volta a temas diversos, brindámos discreta mas sentidamente com a água mineral que habitualmente hidrata as conversas da nossa “tretúlia” matinal domingueira.
Com muita satisfação. Como se a intervenção cirúrgica que espera o nosso amigo fosse coisa de somenos.
E é, porque assim o sentimos.
José Batista d’Ascenção
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