Um livro sobre o que somos, desde o aparecimento da nossa espécie, como de outras espécies de humanos, incluindo as que o Homo sapiens empurrou para extinção, até à actualidade.
Tentar resumir um livro tão extraordinário seria atentar contra a riqueza do seu conteúdo. Limito este registo a uma saborosa passagem sobre uma história – ou lenda - que dá uma ideia da ambição e do perigo da espécie humana, mesmo que associada à beleza e grandiosidade de algumas das suas realizações. Consta na página 334 e diz, quase textualmente, o seguinte:
Nos meses que antecederam a expedição à Lua, os astronautas treinaram num deserto remoto no Oeste dos Estados Unidos, lar de várias comunidades indígenas.
Certo dia, enquanto estavam a treinar, encontraram um velho nativo. O homem perguntou-lhes o que estavam a fazer. Eles responderam que faziam parte de uma expedição que ia explorar a Lua. O velho caiu em silêncio durante alguns minutos e, depois, perguntou se podiam fazer-lhe um favor.
Perguntaram-lhe o que queria. O velho respondeu que as pessoas da sua tribo acreditavam que vivem espíritos sagrados na Lua e que estava a pensar se lhe podiam transmitir uma mensagem importante do seu povo.
Os astronautas quiseram saber qual era a mensagem. O homem disse qualquer coisa na língua da sua tribo e pediu aos astronautas que a repetissem até a memorizarem. Estes queriam saber o que significava. O velho disse que não lhes podia dizer, porque era um segredo que só os da sua tribo e os espíritos da Lua estavam autorizados a conhecer.
Regressados à base, os astronautas procuraram até encontrar alguém que conhecia a língua da tribo, a quem pediram que lhes traduzisse a mensagem secreta.
Quando repetiram o que tinham memorizado, o tradutor desatou a rir à gargalhada. Os cosmonautas queriam saber o que significava.
O homem explicou que aquela frase dizia:
«Não acreditem numa só palavra destas pessoas. Vieram roubar as vossas terras.»
José Batista d’Ascenção
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