Há poucas semanas, um livro que me remeteram de Lisboa foi deixado numa habitação de uma rua paralela à minha. Por sorte, o morador, que eu não conhecia, teve a amabilidade de vir à minha porta, no dia seguinte, à tardinha, a fim de me entregar o volume por que eu esperava.
Ontem foi uma carta para um dos meus filhos que foi colocada na caixa do correio da casa de um vizinho ao lado.
Em ambos os casos o endereço (que é o mesmo há bastantes anos) estava escrito de modo completo e correcto, em letra de tamanho grande, bem legível. Já de outras vezes (me) aconteceu.
Também eu, cumprindo papel semelhante ao dos meus vizinhos, já fui de carta alheia na mão procurar os destinatários, em habitações de bairros próximos do meu. E por mais de uma vez.
Dos CTT tinha, desde menino, a ideia de eficiência, e a figura do carteiro merecia-me particular estima e simpatia.
Após a privatização daquela empresa, afigura-se-me que os objectivos se fixaram no lucro financeiro, em prejuízo do serviço social, que muito valorizo.
Enquanto cidadão e funcionário público sinto desconforto: Servimos o dinheiro ou o dinheiro devia servir-nos?
Bem sei que é uma pergunta irreal, nos tempos que correm. Porém, esse facto torna mais premente em mim a necessidade de fazê-la em «voz alta».
José Batista d’Ascenção.
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