Hoje, com caudal forte, sonoro, impetuoso e turbulento. Muito bonito. Nas margens ainda há vegetação e alguns animais típicos, pouco visíveis nesta época, também porque há bastantes pessoas em circulação nos passadiços. Ao vivo, uma ou outra lagartixa, nas faces de quartzitos expostas ao sol, uma rapina lá muito ao alto e um esquilo meio dormente, cosido ao tronco de um carvalho, foi quanto vimos. De onde em onde alguns painéis com imagens e texto explicativo dos exemplares mais significativos. Um em particular mereceu a nossa atenção, pela referência à planta liliácea Hyacinthoides paivea, assim designada em «homenagem ao ilustre botânico português Jorge Paiva».
Havia competições de “rafting”, o que terá trazido alguns espectadores.
A paisagem seria globalmente deslumbrante, se, a algumas dezenas de metros de altura relativamente à água, de um e de outro lado, nas margens, até aos cumes, não medrasse um eucaliptal pegado. Na opinião do taxista que nos trouxe de volta de Espiunca a Areinho, onde iniciámos a caminhada (de cerca de 8,5 km), os eucaliptos secam os solos, mas são uma riqueza para os donos. Também são um material propício para os incêndios e desfeiam uniformemente a paisagem, além de não serem favoráveis aos animais que eram típicos da nossa floresta, acrescentei eu. E a conversa morreu assim.
Ao centro, em cima, uma "marmita de gigante", em "laboração" |
O trajecto valeu a pena, não tanto pelas atracções que procuram trazer gente que traga dinheiro para a região, como notou o nosso motorista: mais importante é a riqueza que (lá) havia e há, que não se traduz (talvez) em dinheiro vivo, mas que tem elevado valor intrínseco e primordial.
Se o considerássemos como merece.
José Batista d’Ascenção