Fugido do calor e da secura do interior, reconfortado com os sorrisos (mesmo os mais tristes), as conversas e o carinho de tantos velhos e alguns novos, imersos no bastio de eucaliptedo que afoga a paisagem, desci ao sabor do mar imenso.
Chegado (ontem) à tardinha, fui ter com ele, o mar, já o sol se escondera por detrás da massa líquida. Um casal que restava aprestava-se a deixar a praia e, então, enquanto a Lurdes caminhava na areia molhada, primeiro para sul e depois para norte, sentei-me na cadeira (bastante cómoda) do banheiro e olhei-o de frente, ao mar, percorrendo a vista a 180º, para a esquerda e para a direita. Foram vinte minutos de brisa fresca, de cheiro a maresia, do som repousante das vagas mansas, de descanso da vista pelo longe, cada vez com menos luz.
Procurei não pensar em nada, só para repelir quaisquer pensamentos tristes, com ponderada isenção.
É bonito e diverso o nosso país. E agradável e sereno.
Nisto, o alerta da minha companhia e o escuro progressivo encaminharam-me para casa.
José Batista d’Ascenção
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