Terminada a leitura do maravilhoso livro «A Invenção da Biologia», de Jason Roberts, ocorre-me registar alguns factos contrários à percepção comum, como seja o tamanho descomunal de alguns seres vivos.
«É o caso do choupo, conhecido por Pando, do centro de Utah [estado da região oeste dos EUA], que é tão grande que ocupa 44 hectares e pesa cerca de seis milhões de quilogramas. Em 1976, investigadores da Universidade do Colorado descobriram que o que parecia ser uma floresta monoespecífica de choupos eram, na realidade, 40 mil clones da mesma árvore, interligados pelas raízes (os clones não se propagam através de sementes). Pando é verdadeiramente um organismo único. Quando uma árvore começa a morrer reconstitui-se enviando sinais pelas raízes e um novo clone emerge. Este ser existe desde pelo menos desde a última idade do gelo. A acção humana pode ter interrompido a sua reconstituição e conduzir a um lento declínio e à eventual morte.» [p. 400-401].
«Em 2015, descobriu-se que um único espécime do fungo armilária-escura (Armillaria ostoyoe) se estende por cerca de 965 hectares na Malheur National Forest do Oregon.» [p. 401].
Mais recentemente, «em 2022, os biólogos estabeleceram que um povoamento subaquático de ervas marinha australianas (Posidonia australis) germinou de uma única semente, há cerca de 4500 anos e que hoje se estende por mais de 19 mil hectares. Este povoamento vegetal deverá continuar a desenvolver-se e a crescer, a menos que seja perturbado pelos humanos.» [p. 401].
José Batista d’Ascenção
Sem comentários :
Enviar um comentário