A aurora da humanidade marcou o começo de um Universo consciente, ou seja, após 13,8 mil milhões de anos de expansão, o Universo de que fazemos parte encontrou uma voz para contar a sua história.
A vida é matéria «animada» com um propósito – o de sobreviver. Trata-se de uma composição de elementos químicos com um impulso autónomo para a sobrevivência e a reprodução, características que definem a vida em geral.
Se existir vida noutros lugares do Universo, ela terá igualmente a mesma vontade de sobreviver, de se reproduzir e de se perpetuar. A alternativa será/seria a extinção.
As espécies evoluem em profunda comunhão com o seu meio e desenvolvem todo o tipo de truques e armas – alguns notáveis – para se manterem vivas. Co-evoluímos com a Natureza, acreditar que nos podemos libertar da sua dinâmica é nosso maior erro.
A vida sem níveis (mais) elevados de cognição não se reconhece como vida consciente. Mesmo os animais capazes de emoções (alegria, tristeza, afecto, companheirismo, etc.) não reflectem sobre o sentido da sua existência nem se interrogam sobre a sua origem. Nós, humanos, sim.
Contudo, tornámo-nos paradoxais, metade bestas, metade deuses, capazes das mais belas criações e dos crimes mais atrozes. Somos grandes e somos pequenos, poderosos e limitados.
E julgamo-nos senhores do planeta que habitamos. Acontece que o planeta não é nosso. Nós é que somos do planeta. A Terra pode muito bem (continuar a) existir sem nós. A espécie humana é que não pode (continuar a) existir sem as condições (físico-químicas e biológicas) que o planeta Terra proporciona.
Isto e não apenas…
in: Gléiser, M. (2025). «O Universo Consciente». Temas e Debates.1ª Edição. Lisboa. (pg. 189 - 194)
José Batista d’Ascenção






