sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Colonização cultural em tempos de identitarismos exacerbados

Há escassas décadas, o dia das bruxas não tinha expressão em Portugal. E nada se perdia por isso.

Hoje, entre as bugigangas dos hipermercados figura com destaque a parafernália indumentária do «halloween». A coisa pegou.

Nas escolas, alguns professores de línguas comemoram a “quadra” com injustificado entusiasmo. Muitos pais de criancinhas de tenra idade decoram entradas e janelas com grande diversidade de artefactos alusivos. E chegam a acompanhar os infantes nas “visitas” à porta das casas vizinhas, pela noitinha. Até a farmácia que habitualmente frequento se preparou a preceito.

Mas porque me pronuncio eu sobre isto?

Ora, porque para além do incómodo da campainha que toca (quase) ininterruptamente após o jantar de 31 de Outubro, desagrada-me a sujidade com que me decoram o portão, a caixa de correio e a entrada de casa e com que deparo na manhã de 01 de Novembro. Isto apesar de várias vezes ter de descer as escadas para ir dar uns rebuçados aos pequenos pedintes.

Pessoa amiga, o ano passado, tinha o carro imundo com ovos e farinha, quando tinha de iniciar uma viagem inadiável. Brincadeiras destas não são aceitáveis.

Fica muito bem uma abóbora transformada em «caraça» interiormente iluminada. O resto perturba e degrada a cultura social.

Disse. 

José Batista d’Ascenção

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