"Sir I exist!"
"However," replied the universe,
"The fact has not created in me
A sense of obligation."
Stephen Crane
Não existimos na solidão absoluta. Precisamos de todos, até daqueles de que não gostamos, quando mais não seja para realçar o valor que atribuímos a quem apreciamos. Cada um de nós é bom e mau, dependendo de quem nos avalia, e quando. Ninguém agrada universalmente, quaisquer que sejam as qualidades e os esforços, nem desagrada a todos, porque há sempre quem se identifique com qualquer personalidade existente ou por existir. Os juízos do próprio sobre si mesmo são, porventura, ainda mais subjectivos e interessados, logo merecedores de especiais escrúpulos e reserva.
Frágeis, muito frágeis, dependemos das condições físico-químicas e ambientais, dos outros seres vivos e, fundamentalmente, dos nossos semelhantes, a começar por quem nos gerou e amamentou e pelos que formam a(s) nossa(s) família(s), pelos amigos e conhecidos, mas também pela comunidade alargada e pelas organizações sociais e dos estados. Dependemos também, e muito, da sorte e do acaso, anteriores e posteriores ao nascimento.
Afinal, vivemos com os outros e em função dos outros. Para que nos reconheçam. E nos concedam os afagos que dão sentido ao que somos ou gostaríamos de ser.
No caminho, sempre tropeçando, tantas vezes pedindo a(os) Deus(es) o que por educação e/ou necessidade interior sentimos estar para além da nossa condição terrena e das possibilidades do raciocínio. É assim, mais ou menos pobremente, durante a finitude do nosso intervalo de vida.
A marca de nós é o que fica na memória dos que nos sucedem. Sendo que isso e tudo o resto, a Natureza e o Tempo o apagarão irremediavelmente.
Pelo que o fundamental da vida humana talvez se possa resumir à oportunidade ética e moral de cada um lutar por ser feliz e proporcionar felicidade, esforçando-se por não deixar o mundo pior do que o encontrou.
José Batista d’Ascenção
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