Onde haja dois humanos não é improvável que surja revolta e se desencadeie uma guerra entre eles. Falta-me saber, e não pretendo tirá-lo a limpo, se a universalidade da hipótese também se estende a indivíduos solitários (em luta violenta contra si próprios).
O que haverá, na profundidade de nós, que nos empurra para a oposição encarniçada aos nossos semelhantes? E, qualquer que seja a resposta, será que radica nela alguma característica necessária à sobrevivência ecológica e evolução do género humano? Nova dúvida, irresolúvel.
A Natureza (também) é (intrinsecamente) violenta, como são violentas grande parte das relações entre o mundo vivo, seja entre espécies diferentes, seja dentro da mesma espécie.
Estas constatações desconfortam-me: nem as religiões, nem a política, nem a psicologia, nem a sociologia, nem o grau de «educação», nem as boas vontades e os exemplos coletivos e individuais, nem tudo somado, resolveu, em algum lugar, a eclosão de tumultos e de carnificinas entre seres humanos. Chacinas que nada legitima, diga-se com a ênfase possível. Porém…
Que marcha é a nossa?
O que valem os nossos (tão díspares) princípios?
Quem somos nós?
José Batista d’Ascenção
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