Fecham-se a breve trecho 50 anos de democracia em Portugal. O país é hoje muito diferente e melhor do que era antes do 25 Abril libertador. Não há comparação possível: nas cidades, nas aldeias, no litoral, no interior, nas vias de circulação rodoviária (em prejuízo criminoso e estúpido da ferrovia), nos indicadores de saúde (sim!, na mortalidade infantil, na esperança média de vida, nas grandes estruturas hospitalares…), na generalização das pensões (ainda que pequenas), nas habitações, nas redes de energia, de água e de esgotos, na pavimentação das ruas, etc.
Onde falhámos, então, e muito? Falhámos, por exemplo:
- na “justiça”, que não é célere nem justa (também por isso mesmo);
- e na “educação”, que é um cancro sem terapia adequada, principalmente porque a escola pública serve ideologias e interesses instalados, de modo errado e uniformemente acelerado, sem possibilidade de os professores ensinarem os alunos e de os cidadãos escolherem para os seus filhos escolas com metodologias diferenciadas (aquela coisa dos «projectos educativos» que temos é, basicamente, uma treta). E precisam-se exames sobre conteúdos programáticos bem definidos e respeitadores do esforço honesto dos alunos e do trabalho dos professores.
Ora, sem justiça e sem educação a democracia não é uma democracia plena.
Vamos, por isso, comemorar as oportunidades perdidas, por incompetência própria.
Os que nos deram a liberdade merecem (a minha eterna) gratidão, mas não os que libertinamente degrada(ra)m as possibilidades de usufruirmos dela.
Agora, a campanha eleitoral é preocupantemente vazia sobre estas (e outras) matérias.
José Batista d’Ascenção.