Nunca acolhi como qualidades o malabarismo de ideias e de procedimentos da maioria dos políticos. Na minha bitola a verticalidade e a clareza são determinantes. Em consequência, não é muito extensa a lista de políticos (nacionais e estrangeiros) que me impressiona(ra)m favoravelmente.
Com excessiva antecedência movem-se os interessados (e respectivas cortes de interesseiros) na próxima corrida às eleições presidenciais.
Não sei (ainda) em quem irei votar. Mas há um “pré-candidato” que, sem me parecer um génio político, aprecio. Trata-se de António José Seguro. Eis as razões principais:
- foi sempre distante em relação às trafulhices de José Sócrates;
- teve a coragem de admitir que o número de deputados à Assembleia da República peca por excesso, perante o que é óbvio e se agrava há anos: muitos dos (supostos) representantes do povo fazem apenas número – não têm voz própria e votam como as cúpulas partidárias mandam;
- foi atirado escada abaixo por António Costa, num processo nem sempre elegante (assim me pareceu), mas soube retirar-se e manter-se digno e discreto;
- não colhe a simpatia de “socialistas” como Augusto Santos Silva, o que, na minha leitura, é bom sinal.
Vejo, por isso, com bons olhos que se candidate. Até porque as qualidades que se apontam a outros pretendentes ao lugar já os sucessivos incumbentes as encarnaram, no todo ou em parte, e não se pode dizer que nós e o país tenhamos ganhado muito com isso.
Venha por bem quem for normal e leal.
José Batista d’Ascenção
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