domingo, 2 de março de 2025

Consumidores, que nós somos (II)

«Muitas pessoas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial (…) remendavam cada meia, reparavam cada aparelho, guardavam cada pedaço de tecido e nunca desperdiçavam um grama de comida» (p. 82).

Ao invés, «desde a ascensão da era do consumo, a simplicidade tem-se mantido como uma actividade marginal» (p. 74). Curiosamente, a generalidade das pessoas acreditam que é «importante haver mais regulamentos ambientais, mas quase metade (…) não [vê] verdadeira necessidade de alterar os seus hábitos pessoais» (idem).

Já se tomam medidas governamentais, em muitas áreas, em diferentes países, mas é imprescindível «fazer alguma coisa quanto ao crescimento da própria procura por parte dos consumidores» (p. 83).

Cada um de nós bem podia esforçar-se por: «acabar com a tralha (…); fazer férias locais; comer verde; vestir retro; viajar poluindo menos (…)» (p. 87); etc.

O livro tem muito interesse e sugere que, se tivermos em conta o que, historicamente, em diferentes tempos e lugares, sociedades humanas solidárias e ecológicas fizeram, podemos encontrar viabilidade para um mundo melhor e (mais) sustentável, como agora se diz.

Vejo fundamentalmente dois problemas: por um lado, com a escola em falência, sabemos cada vez menos de História e, por outro lado, a estupidez humana e a extraordinária facilidade de comunicação tendem a empurrar-nos “democraticamente” em sentido pouco positivo…

José Batista d’Ascenção

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