Terminei a leitura e a observação das caricaturas do livro «Riso, Troça e Aplauso» (Representações satíricas dos escritores portugueses – séc. XV a séc. XIX), de Maria Virgílio Cambraia Lopes, editado há poucos meses pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Volume grosso: 458 páginas em papel de qualidade. De qualidade são também as imagens, naturalmente, e a sua reprodução, bem como o texto. Maria Virgílio é sucinta mas clara, perspicaz e incisiva. Não se alonga e faz muito bem. O que ela não diz não precisa, porque, elucidando e estimulando, sabe remeter para as figuras, muito ricas de pormenores, ou não fossem os caricaturistas geniais, a maior parte deles.
Está de parabéns, a autora (que conheço de longa data, porque foi minha prezada colega de profissão na Escola Secundária D. Maria II, em Braga, onde ambos leccionámos, nos finais do milénio anterior).
Este livro fez-me voltar a outro que li há longos anos: «Tesouros da Caricatura Portuguesa, 1856-1928», de Paulo Madeira Rodrigues, editado pelo Círculo de Leitores, em 1979. Revisita-se nesse livro «a política portuguesa através da sátira ilustrada». A obra é servida de texto longo com imagens intercaladas que perdem porque a edição da altura tinha limitações que não se põem nos dias de hoje. Mas o livro era e é bom, desde logo pelo seu valor documental.
Portugal, um país que, tantas vezes, é uma caricatura pouco feliz de si próprio, tem, felizmente, em cada tempo, artistas de grande qualidade que muito bem o retratam, sob formas variadas.
Ao menos isso. Valorizássemo-los nós.
José Batista d’Ascenção

"Riso Troça e Aplauso"
ResponderEliminarFiquei curiosa.
Muito obrigada.
Beijinhos