Correm frios os dias que passam. Habituados a temperaturas amenas até ao Natal e depois dele,
parece agora sermos mais sensíveis às descidas acentuadas dos termómetros. Os animais e as plantas reagem em conformidade, também eles condicionados pela chegada mais ou menos desfasada dos rigores térmicos: a macieira que fica a metros das minhas janelas da sala só por estes dias deixou cair a totalidade das folhas, que há cerca de um mês ainda faziam sombra…
Neve em Braga, em 2009. Imagem colhida aqui. |
Nas casas menos bem isoladas, que são muitas, porque a construção em Portugal é bastante aldrabada, os gastos de electricidade aumentaram muito, mas só em alguns casos, porque em muitos lares suporta-se o frio sem se ligarem irradiadores precisamente para não aumentar as despesas. E muitos velhinhos e pessoas sem abrigo, de saúde mais debilitada, morrem por hipotermia. Pelo meio, a direcção geral de saúde faz recomendações mais ou menos inúteis, e algo ridículas, por causa da vaga de frio – como se as pessoas não soubessem proteger-se, se tivessem com quê.
Estes aspectos prendem-se com o modo como, no nosso país, tendemos habitualmente a colocar os problemas em perspectivas erradas. E para questões mal colocadas é raro encontrarem-se soluções adequadas…
Que o mal não está no frio. Muito menos quando chega no tempo dele.
E agora é o frio. Esperemos que a estes dias limpos não sucedam tempestades de chuva violenta, causadores de novas/velhas preocupações…
Devíamos, portanto, aprender um bocadinho mais sobre estas matérias e tantas outras e confrontarmo-nos com (e colmatarmos) as insuficiências da nossa organização sócio-cultural e política.
Nunca é tarde.
José Batista d’Ascenção
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