Numa semana que me trouxe do bom e do menos bom, ontem à noite, sexta-feira, depois de uma tarde funéria, fui com a mulher espairecer até à “feira do livro” de Braga. Percorridas todas as “lojas”, folheados uns tantos alfarrábios, sentámo-nos na última fila do auditório de rua para descansar e degustar umas páginas, no meu caso, de Camilo. Projectadas em frente umas palavras que nada me diziam – The Soaked Lamb – e que, na verdade, só li largos minutos depois.
A banda musical com aquele nome tivera problemas na estrada, atrasara-se, e eu só dei agradavelmente pelos membros quando começaram a ensaiar o som.
Senhores, começada a actuação saltei com gosto da leitura para a audição atenta e foi com alguma contrariedade que, depois de duas músicas, comecei a ouvir o apresentador a intercalar a história do grupo, não obstante a pertinência da informação e a fluência e o humor do discurso.
Regressados à música, que havia de ser interrompida mais vezes para o mesmo efeito, dei comigo entusiasmado e envolvido. Muito afinados, muito certinhos, bem ritmados e melodiosos. A vocalista muito clara, simples e expressiva, bem casada com os instrumentistas, e todos eles entre si.
De repente acabou.
Há muito tempo que, na rua, não desfrutava de um descanso tão saboroso e animador.
Parabéns aos “ensopado de borrego” (a “tradução” é um atrevimento meu), que merecem bom futuro, e aos organizadores que os convidaram.
José Batista d’Ascenção
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