Na paisagem, o verde, abaixo dos topos descarnados, (já) não é o que era dantes.
As acácias invadem luxuriosamente todos os sítios. E os eucaliptos começam a progressão. Duas árvores extraordinárias que não faziam falta no nosso (único) parque natural, que comemorou há pouco 50 anos.
Contudo, o Gerês atrai como nunca.
O turismo também é invasor.
Dele faço parte hoje, com a minha mulher, embora tenhamos andado a pé, só com uma mochila cada.
Já a idade pesa, mas fizemos com calma: Vilar da Veiga – Vila do Gerês – Vidoeiro – Pedra Bela – Cascata do Arado – Ermida e fecho do circuito. Uns bons 25 km, a cálculo. Aguentámos, o percurso e o calor. Também o ruído das motos e o pó, na parte de terra batida. Claro que não se vê bicho algum. De simpático e agradável: a paisagem, as sombras, as fontes de água fria (muitas) e os estímulos e cumprimentos dos viajantes em transporte motorizado. O descanso mais prolongado foi numa sombra a meio do leito de pedregosos matacões do rio Arado. Uma torreira, no dia de hoje, no que há mais de 10.000 anos era um vale glaciário, que ali deixou todos aqueles calhaus. Como será (já) nas próximas centúrias?
Como será toda a zona no tempo dos nossos netos?
Fica o testemunho deste dia, calcorreado lentamente por mim e pelo meu par.
José Batista d’Ascenção
Sem comentários :
Enviar um comentário