Numa dúzia de anos tornou-se tradição, o festival «Castro Galaico», em Braga, no monte da N. Srª da Consolação. Este ano, por causa do calor e de outras contingências, limitei-me à última noite e apenas às (duas) bandas que actuaram no palco principal.
Começaram os «Voces de Arrieiro» (1), com músicas muito vivas, inspiradas em recolhas em «tabernas» e nas marcas da emigração do povo galego, muito bem cantadas entre nós pelo saudoso Adriano Correia de Oliveira. As influências são variadas e colhidas, para além da Galiza, no lado português, no «mesmo povo» que o «rio Minho une». E não apenas, que a “Senhora do Almortão», da raia albicastrense, elevada pela voz ímpar de Zeca Afonso, e o «cante alentejano» também fazem parte do repertório, com pronúncia e tonalidades galegas. Mas este grupo extravasa a península e colhe influências em países da América Latina, por causa da emigração, claro está, como Cuba, Brasil e Argentina. Tocaram, cantaram e interagiram com o público. E encantaram.
As crianças, despertas do sono, bebiam o exemplo.
(1) Arrieiro = almocreve = condutor de bestas.
Nota adicional: a má qualidade das imagens é da inteira e exclusiva responsabilidade do autor.
José Batista d’Ascenção
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