A leitura desta obra, de cuja honestidade não duvido, fez-me saltar (é o termo) para a importância que (me parece que) a inteligência artificial generativa tem em tudo o que hodiernamente se vai fazendo, a literatura incluída, naturalmente. Não são precisos muitos dados e especificações para que, quase instantaneamente, um programa de inteligência artificial faça o esquisso de um romance sobre qualquer tema, mais ou menos imbricado e de «ossatura» preenchida pelo enredo, de modo original, a gosto do suposto autor. Depois de pronto e posto à venda, grande parte do público-alvo efectivo não dará por nada. E pode até gostar muito e recomendar.
Isto é bom? Isto é mau? Provavelmente passará a ser (ou já é) tão comum que nem precisa de ser assumido, o que, de qualquer modo, muitos não fariam.
Seja como for, por mim prefiro os clássicos, cujas obras nasceram exclusivamente do talento dos seus autores, por meio de intenso labor.
Pena que, agora, até esses sejam sujeitos à poda que censores modernos lhes aplicam, a pretexto de os expurgar dos conteúdos e ideias que julgam inaceitáveis, como se os leitores interessados fossem menos inteligentes do que são.
José Batista d’Ascenção