O ego incomensurável do indivíduo mais poderoso do mundo, de momento, fá-lo julgar-se omnipotente. O problema (maior) é que são muitos os que acreditam nisso. E o motivo não é só o fanatismo de grande parte dos cidadãos americanos, é também o pensamento (ou a ausência dele) de um imenso número de pessoas em todas as partes do globo.
Parece um regresso (inexorável) ao uso generalizado da mentira, da trapaça e do comércio político sem ética, pela força, se necessário. Manda quem pode. E não falta quem queira obedecer, a começar pelos multibilionários que não desistem da ambição de aumentar as suas fortunas. Poucos, muito poucos, donos de tudo; muitos, quase todos, em êxtase, porque fariam o mesmo, se pudessem.
Eis a marcha do mundo actual.
Aonde iremos parar ninguém sabe, mas o destino não agrada a cépticos como eu. Não, não vou por aí. E, forçando-me, violentariam a minha firme oposição.
Desejo, profundamente, estar enganado. Abstenho-me de especificar consequências. Gostava que os meus filhos e netos resistissem até a maré mudar, como tem de ser, e para que os sacrificados a haver não o tenham sido em vão.
Nessa altura, provavelmente, nem Trump nem eu existiremos já, mas continuará a não faltar quem o lembre e defenda. A humanidade é como é.
Além disso, se a Trump tivesse sido possível raptar o oceano, os seus seguidores podiam negá-lo com facilidade, bastando que o seu herói tivesse mudado o nome à massa líquida, pelo que a realidade, mutada pelo ar do tempo, não só deixaria de existir como deixava de ter existido.
Ora, o que não houve nem há em universos de realidade ficcionada conveniente não pesa na (in)consciência dos seus promotores. Eles a si mesmos se declararão definitivamente vencedores.
José Batista d’Ascenção
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