Sinto um enorme apreço pelas mulheres e homens que se dedicam, muitos deles voluntariamente, ao combate a incêndios, em tantos casos com a perda da própria vida (o que me faz duvidar se têm a preparação necessária e a exacta noção do perigo que correm), mas tenho as maiores reservas relativamente ao modo como têm sido dirigidos desde sempre, e muito especialmente nas últimas quatro décadas.
E pergunto às direcções de todas as corporações:
O que estão a preparar agora com vista à prevenção de incêndios no próximo Verão? Não podem colaborar com o governo e as autarquias na limpeza das zonas laterais das vias de trânsito terrestre, incluindo vias férreas? Será que não poderiam ser desenhados mapas das zonas mais sensíveis relativamente à deflagração de incêndios em tempo seco? E porque não utilizar o fogo preventivo, nas zonas onde outras acções não sejam mais eficazes, talvez em colaboração e com a presença das forças de segurança, como a GNR ou os guardas florestais?
Aflige-me ver tantos bombeiros dedicados a correr riscos inutilmente, com perigo de vida dos próprios e das outras pessoas, para além do montante colossal dos prejuízos materiais e ambientais, com repercussões no presente e duradoiramente no futuro.
É preciso dizer claramente que o «modelo» de ataque aos incêndios nos moldes em que tem funcionado é não só estupidamente ineficaz como irresponsavelmente perigoso.
Por que haveríamos de insistir em erros de tal monta?
José Batista d’Ascenção
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