sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Em matéria de incêndios: que pretendem fazer as autarquias, enquanto não chega o Verão?

Era importante sabermos o que pretendem fazer em concreto as juntas de freguesia e as câmaras municipais no mesmo sentido.
Lembro-me de que, no Verão passado, alguns autarcas reclamaram do governo quer por falta de medidas preventivas quer pela demora na aplicação de medidas de compensação ou remediação. Não me pareceu que tivessem razão no que respeita ao primeiro aspecto. É a eles que cabe a limpeza das bermas das vias de trânsito municipais e locais e, sobretudo, a criação de zonas de contenção à volta das casas e na envolvência das povoações. As leis existem, mas não são cumpridas, e a protecção civil, de que juntas de freguesia e câmaras municipais fazem parte, tem sido ausente, em matéria de prevenção eficaz dos incêndios, em toda a vastidão do «deserto» interior do país, e  não só. Incompreensivelmente e inaceitavelmente.
Pela minha parte, gostaria que pusessem de lado tantos eventos desnecessários ou mesmo inúteis e dispendiosos (jantaradas e passeios inteiramente gratuitos, subsídios para festivais diversos, acções de campanha, etc.) e se dedicassem um pouco mais à protecção das pessoas e do ambiente em que vivem, estabelecendo uma ordem de prioridades que o permita.
E talvez até houvesse, finalmente, boas razões para que as pessoas que trabalham precariamente para as autarquias passassem a quadros efectivos no desempenho de uma função imprescindível, a que não podemos eximir-nos. Seria muito mais barato pagar a essas pessoas do que fazer a despesa que temos feito mais os prejuízos que temos tido, a que é preciso somar a destruição do património ambiental e as perdas de vidas que já sofremos e que, inevitavelmente, continuaremos a sofrer, se permanecermos de costas viradas para o problema.
Exige-se que façamos alguma coisa. E já ontem era tarde.

José Batista d’Ascenção

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