Imagem obtida via «Google»: aqui. |
Pessoas que durmam entre as 23-24 horas e as 06-07 da manhã, e se alimentem e se mantenham activas durante o dia, na maior parte dos casos, é depois de se levantarem que têm peso mais baixo. Esse mínimo diário do peso pode, no entanto, ocorrer após grandes e prolongados esforços físicos, numa jornada de trabalho esforçado, de um mineiro clássico, suponhamos, ou numa prova desportiva violenta, como uma difícil etapa de ciclismo ou uma prova de maratona.
O peso do nosso corpo corresponde à quantidade de matéria que o constitui mais aquela que, através da alimentação e da bebida, introduzimos nele. Quando acabamos de comer e/ou beber aumentamos de peso na exacta medida da quantidade de alimento e dos líquidos que ingerimos. Quando, por outro lado, satisfazemos as necessidades fisiológicas de excreção (fezes, urina) perdemos nem mais nem menos que o peso do material eliminado.
Porém, as perdas de matéria e do respectivo peso processam-se ainda de outros modos. Pela pele e pela respiração (mais propriamente pela expiração) libertamos continuamente água (na forma líquida ou de vapor) em quantidade que depende das condições do clima, designadamente da temperatura, e do maior ou menor esforço que fazemos. A água que expelimos pela urina e pela pele, pelas lágrimas e até aquela que amolece as fezes, contém substâncias dissolvidas que entram igualmente no cômputo da massa que se perde pelos processos fisiológicos.
O funcionamento das células de cada um dos nossos órgãos e a coordenação do organismo como um todo consomem continuamente energia. Ao metabolismo energético mínimo, correspondente a uma espécie de custo-base por estarmos vivos, chama-se metabolismo basal. Os compostos orgânicos dos alimentos, para além de elementos de construção do corpo, e especialmente uma categoria deles, designados por glúcidos (amiláceos e açúcares), têm a função de fornecer essa energia, ao serem degradados («queimados»), da mesma forma (embora faseada e controlada, para evitar o sobreaquecimento) que o é qualquer combustível (seja a lenha numa lareira ou a gasolina num motor de um veículo). Trata-se pois de combustíveis das células. A sequência de reacções de degradação (ou catabolismo) dos glúcidos pode resumir-se deste modo:
6C6H12O6 (glucose) + 6O2 (oxigénio) → 6CO2 (dióxido de carbono) + 6H20 (água) + 36-38 ATP (iniciais do nome da molécula universal – Adenosina Tri-Phosfato - que armazena e transfere continuamente a energia no metabolismo de quaisquer células).
Esta reacção não é mais do que o processo de «respiração celular» que, como o nome indica, ocorre no interior de todas as células (o que vulgarmente chamamos respiração corresponde apenas à ventilação pulmonar, pela inspiração e expiração).
De acordo com aquela reacção, as nossas células estão continuamente a consumir compostos orgânicos (como a glucose) na respiração celular e a transformá-los em dióxido de carbono e água. O dióxido de carbono é perdido ao nível dos pulmões, pela expiração, e a água é perdida por esse processo e por todos os outros antes referidos: produção de urina, transpiração, etc. Então, durante a respiração celular, estamos continuamente a degradar e a perder matéria, ou seja: a perder peso (convém esclarecer que todo o dióxido de carbono libertado se traduz em perda de peso, já que os seus elementos químicos faziam parte da glucose, ao passo que a água formada neste processo só parcialmente contribui para a diminuição do peso, porquanto o oxigénio que a constitui provém das moléculas de oxigénio inspirado).
Assim, no intervalo das refeições, de cada uma à seguinte, se não bebermos, vamos ficando mais leves, mesmo sem urinar ou defecar e ainda que não tanspirássemos.
Como o tempo de sono nocturno é habitualmente o mais longo intervalo de jejum, é depois dele que, na maior parte dos casos, atingimos um peso mais baixo.
Naturalmente, para termos um peso desejável, nada como uma alimentação equilibrada e um programa de exercício físico adequado.
José Batista d’Ascenção
Sem comentários :
Enviar um comentário