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Os fogos que ameaçam. Os ingleses que (já) não vêm para o Algarve. Os emigrantes que não vão conseguir deixar de vir de férias e assustam o interior, por causa da virose pandémica. O mesmo para os que moram na capital e têm vontade de “ir à terra” que os viu nascer, até pela falta de alternativas e de dinheiro, enquanto outros, com a carteira mais composta, “descerão” provavelmente até ao Algarve, não sem riscos de multiplicar os contágios.
Parece que, entre nós, a doença da actualidade fugiu ao controlo, por razões várias: lares ilegais e em condições precárias, habitações más, transportes públicos que são armadilhas sanitárias (o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, terá aqui especiais responsabilidades, que devia assumir) e empregos onde as regras, desde logo a comunicação obrigatória dos casos de doença, não serão cumpridas. Políticos, entidades da direcção geral de saúde e especialistas, porque desconhecem as soluções, não têm certezas nem coincidem nas metodologias a recomendar. Muitos cidadãos não levam a sério os cuidados que se sabem necessários e políticos há que dão mau exemplo.
Acresce o problema do desemprego: o que já é efectivo e o que paira sobre as pessoas.
Num quadro assim, é mais importante do que nunca atentar nos bons exemplos. Na escola onde trabalho, os funcionários têm sido escrupulosos e exemplarmente dedicados na desinfecção dos espaços e nas precauções a tomar e a fazer cumprir. Os profissionais de saúde têm correspondido (e não fica bem nem é oportuno, neste contexto, reclamar aumento de honorários dos médicos, como medida de reconhecimento do esforço). Por outro lado, a generalidade das pessoas mantém a vontade de contribuir para a solução do problema.
Que chegará, embora desconheçamos os custos, em sofrimento, vidas perdidas, e dificuldades económicas. O que não pode toldar-nos o discernimento e o sentido de solidariedade.
José Batista d’Ascenção
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