Aluno da Universidade do Porto «identifica-se com um cão» |
A Natureza produziu, por evolução, animais como os lobos (Canis lupus L.) e outros cães selvagens, uns do mesmo género taxonómico (Canis) e outros não. Dos lobos, a espécie humana criou, por selecção artificial, todas as variedades de cães (domésticos), num processo que não tem fim… É da biologia. Explicou-o primeiramente Charles Darwin.
Até recentemente, quando se pensava na evolução dos seres vivos, considerava-se o ser humano o expoente máximo da evolução. E, de facto, o cérebro humano é o órgão biológico de pensamento e reflexão mais complexo que o processo evolutivo da vida produziu. Pelo menos é aquele que maior influência e mais alterações pode concretizar, relativamente à nossa espécie e às outras, bem como ao ambiente, de que dependemos.
Fazendo fé em que a inteligência artificial não nos subjugará aos ditamos dos seus incansáveis, frios e “pacientes” algoritmos, a nossa massa cinzenta continuará a ser o factor principal das acções humanas. Ou não, se as forças da Natureza, por si, ou devido à acumulação de perturbações que nela causamos, nos varrerem para a inexistência ou para alguma condição radicalmente limitadora. Também podemos admitir que a máquina do pensamento humano esteja a atingir algum tipo de saturação limitante e tenda a repetir as loucuras demenciais que, recorrentemente, semeámos na História, alturas em que nos “devoramos” que nem “cães”. Isto é um insulto para os cães (apesar das aspas), bem sei.
Por mim, não creio (nem desejo) que possa chegar ao ponto de me sentir um cão, caso indesejável, mas que não seria original.
José Batista d’Ascenção
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