terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Há livros terríveis

Se eu fosse capaz de escrever um livro como «A Vegetariana» (de Han Kang, D. Quixote) faria tudo para não o publicar. O diacho é que, tendo começado a ler, não consegui parar até ao fim. Valeu que a leitura foi rápida, terminei depressa, num vórtice de desconforto e sofrimento, em que só consegui acelerar.

Cheguei à idade em que se passa bem sem tais tormentos. Se leio, para que me serve tamanho desassossego?

A autora é boa, tem uma força narrativa descomunal. E a tradução, pese uma única incongruência que detectei (…«cedros que ainda não tinham perdido as folhas». p. 151), não me parece mal.

A vida e a história da humanidade são cheias de horrores. Caldeá-los com o que é bom e belo, a fim de não matar a esperança, é um bem necessário, para temperamentos como o meu.

Bom Ano Novo.

José Batista d’Ascenção

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