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Longe vão os tempos em que os bancos pagavam a quem lhes confiava as poupanças para eles lucrarem com a aplicação desse dinheiro. Agora, as pessoas que depositam dinheiro nos bancos quase não recebem juros, e pagam comissões diversas e desproporcionadas até pelo (suposto) trabalho de os bancos as cobrarem. E os depositantes vão ficando cada vez com menos. E pagando cada vez mais, cada vez mais… E o resultado final, consequência de negócios duvidosos, pode até ser a falência, com prejuízo total para… quem, de boa-fé, fez os seus depósitos.
Sobre parte destes assuntos li ontem na imprensa escrita (jornal “Público”) e pude ouvir (com interrupções), também na manhã de ontem, na RDP-Antena1. E não gostei do que li, mas gostei do que ouvi. Felizmente, começamos a ver cidadãos comuns que se preocupam e se manifestam veementemente contra o esbulho, por vezes criminoso, a que estão sujeitos. Esperemos que o ruído de tantos outros assuntos não oculte este tema, a que é preciso prestar a máxima atenção, por parte:
- dos cidadãos;
- das organizações que se dizem de defesa do consumidor;
- do regulador (banco de Portugal), o qual, nesta matéria, pelo que tem acontecido, não (me) merece confiança;
- do governo, em acções de âmbito nacional, sobretudo sobre a banca pública, como é o caso da CGD, e em toda a influência que possa ter internacionalmente (que o problema tende a ser global);
- do legislador, ou seja da Assembleia da República, que tem o dever de representar e proteger as pessoas.
É uma questão de dignidade fazer alguma coisa, muito especialmente em favor dos mais pobres, mais vulneráveis e mais indefesos.
José Batista d’Ascenção
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