segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Outono

À semelhança do grande escritor russo Fiódor Dostoiévski, o Outono também se me afigura como um tempo sombrio a condizer com o Outono da vida, numa espécie de angústia escondida face ao confronto com esta realidade, ao mesmo tempo que me traz memórias nostálgicas de há muitos, muitos anos.
Nunca gostei do Outono. Este sentimento enraizado em criança, creio que tem a ver com o ano em que me mandaram para a escola primária de São Mamede, tinha eu nove anos. O Verão, de que sempre gostei, mesmo sem nunca ter visto o mar e brincado na praia, acabara. Caíam as primeiras chuvas e a alegria do sol tinha dado lugar a um céu cinzento. Quando, aos sete anos, chegou a minha vez de entrar para a 1ª classe, a minha mãe entendeu que eu era muito frágil para enfrentar a crueldade, repito, a crueldade de alguns dos seus “pedagogos” que ali exerciam o seu mister. E essa realidade entrava-nos quase diariamente, pela casa adentro, nas mãos do meu irmão Mário a frequentar a aula de um desses desalmados. Mesmo no inverno, com frieiras nos dedos, esse “bandido”, no dizer deste meu irmão, não se coibia de lhe ferrar meia dúzia de reguadas em cada mão.
Nesse tempo, o ano escolar chegava-nos com o mês de Outubro, mais precisamente, na segunda semana deste mês, um ou dois dias depois do feriado comemorativo da Implantação da República.
A pedido de minha mãe, o meu pai inscreveu-me no então Ensino Doméstico e a minha entrada na escola oficial só teve lugar aos nove anos, directamente para a 3ª classe, já suficientemente crescidinho para poder enfrentar os castigos do mestre-escola, nesse outro Outono igualmente sombrio e triste dominado pelo medo.
Talvez seja esta a razão pela qual nunca gostei do Outono. Entristecem o tempo chuvoso e os fins de tarde que encurtam os dias em contraste com os tardios ocasos do verão que findou. Entristece-me o cair das folhas que encheram de verde as ruas e avenidas da cidade. É, tradicionalmente, a época da caça desportiva, que de desporto não tem nada, actividade que repudio como atentado gratuito e cruel contra a vida de maravilhosas criações da mãe natureza, nossos pares na biodiversidade e detesto o Dia de Finados e os macabros crisântemos, de sinistro aroma, à porta dos cemitérios. 
As castanhas assadas e o vinho novo pelo São Martinho não são suficientes para inverter este sentimento.

A M Galopim de Carvalho

sábado, 17 de setembro de 2016

Tal dia como hoje nascia um incansável e genuíno ambientalista português


[Segue-se artigo publicado no “Diário do Minho” no dia 28 de Novembro de 2013. Porque pertinente e actual reedita-se com adaptações de pormenor]


Jorge Américo Rodrigues de Paiva

Botânico, professor, investigador, ambientalista e divulgador

As linhas que se seguem não se debruçam sobre a obra científica do botânico Jorge Paiva. Relativamente a essa matéria não faltará quem, com propriedade e competência, a registe e aprecie como é devido. Trata-se apenas de um humilde texto de reconhecimento e gratidão à pessoa e ao cidadão empenhado sobretudo nas causas do ambiente e da sobrevivência humana, ao Mestre e amigo de quantos gostosamente o procuram, o ouvem e com ele discutem as suas mensagens. 
O Professor Jorge Paiva nasceu em Angola, a 17 de Setembro de 1933. Formou-se na Universidade de Coimbra onde foi investigador e professor das Faculdades de Ciências e de Farmácia. Leccionou também em várias outras universidades. Entre os alunos era muito admirado e estimado, quer pelo rigor, quer pela clareza das suas lições, quer pela disponibilidade para os receber e esclarecer, chegando a acompanhar alguns de forma sistemática, dando-lhes explicações mesmo de matérias que não eram a sua ocupação diária, por exemplo de química. Com os seus alunos, era muito comum sair dos muros da universidade, ou dos espaços do jardim botânico e levá-los a conhecer a flora e a fauna das mais variadas regiões: Margens do Mondego, Mata da Margaraça, Paul de Arzila, Gerês, Estrela… Fez investigação em Portugal, no continente e no que eram as antigas colónias portuguesas em África, e no estrangeiro (durante três anos trabalhou em Londres nos Jardins de Kew e na Secção de História Natural do Museu Britânico). Foi várias vezes premiado pelos seus trabalhos de investigação, quer publicações de botânica quer relacionadas com a saúde (estudo de pólenes e alergias), quer ainda pela sua acção como ambientalista. Outros botânicos prestam-lhe homenagem baptizando novas espécies de plantas, de diferentes continentes, com nomes (latinizados) derivados do seu, como é o caso da Dendroceros paivae, uma planta semelhante a musgo, de S. Tomé e Príncipe, ou de diversas angiospérmicas (plantas com flores que dão frutos que encerram as sementes) de que são exemplos: a Hyancinthoides paivae, uma liliácea do Minho e da Galiza, a Monotes paivae, uma planta africana, da província do Bié, em Angola, e a Argyreia paivae, uma planta trepadeira, de Timor.
Muito dedicado à causa do ambiente palmilhou o país de lés-a-lés, observando, fotografando, ouvindo as pessoas e fazendo palestras para os mais variados auditórios. Alertou atempada e energicamente para o erro da extinção dos serviços florestais, para o contra-senso da monocultura florestal, como no caso do eucalipto, para os enormes riscos de incêndio, para a progressiva destruição do coberto arbóreo de vastas zonas e dos cimos montanhosos e para a desertificação humana do interior do país. Sensível, muito atento e disponível, percebeu desde sempre a necessidade de formação e de actualização dos professores do ensino básico e secundário, que passaram a ver nele um apoio de generosidade inteira e limpa: desloca-se onde o chamam, desdobra-se em conferências e palestras pelas escolas, onde adultos e jovens, com formações muito diversas, e mesmo as crianças mais pequenas, o ouvem com espanto e atenção; somaram-se centenas e depois milhares de sessões sempre com a mesma prontidão e energia, sem nada cobrar por viagens, dormidas ou refeições, refeições que, por vezes, chegou teimosamente a pagar aos acompanhantes. Como formador de professores conduziu dezenas deles a variados locais de interesse, como os acima referidos e a outros, como a Foz do Sado ou a Serra Algarvia. Da Madeira, trouxe alunos de pós-graduação ao Gerês. Continua a correr o mundo, procura os “santuários” naturais e as zonas degradadas pela poluição: observa, fotografa, estuda, documenta e divulga. Não desiste da sua mensagem nem afrouxa a sua disponibilidade. O amor pela Natureza fê-lo comemorar os seus oitenta anos subindo ao Pico da Nevosa no Gerês, numa caminhada de cerca de 24 quilómetros. Com fundamento, alerta-nos para a condição do ser humano “preso” na gaiola “Terra”, que nos mostra em imagens reais, captadas por si nos locais mais díspares. É com belas imagens dessas que ilustra as muitas centenas de postais de Natal que todos os anos envia a muitas centenas de pessoas, uma ideia original que combina uma enorme ternura com lições de ecologia em várias línguas, em resumos densos e curtos, mas fáceis de compreender. “Cidadão da Natureza” diz, com alguma pena: «Só me falta ir à Antártida!»
(…)
Recentemente, o canal dois da RTP emitiu quatro documentários intitulados “No trilho dos naturalistas”, em que o Professor Jorge Paiva é protagonista de destaque, imerso em ambientes distintos e distantes, que descreve e explica com clareza, servido por um conhecimento vasto e profundo, que sabe como ninguém tornar acessível, cativante e pedagógico.

Aqueles que de há muito o conhecem, estimam e procuram felicitam-no carinhosamente, deixando ao Bom Mestre, de ontem e de hoje, o Obrigado de sempre.

José Batista d’Ascenção

domingo, 11 de setembro de 2016

Limpar as sarjetas, aquém e além de Sacavém, não custava muito e convém

De Setembro se dizia, antigamente, no país “profundo”, que tanto pode secar montes e fontes como levar açudes e pontes. De momento tem valido a primeira alternativa, mas o Verão aproxima-se do termo e podem não estar longe as primeiras chuvas fortes. Deixando agoiros de lado, e sem confiança ilimitada no que chamam “Protecção Civil”, sempre havia de convir que os senhores autarcas e outros responsáveis pensassem atempadamente em alguma verificação do estado de bueiros e condutas de águas pluviais, pelo menos naquelas zonas, urbanas ou outras, onde os riscos de inundação sejam mais temíveis.
Era eu menino e via, lá na aldeia onde nasci e vivi até ao fim da escola primária, o guarda-rios, não aquela ave azul vivo comum ao longo dos cursos de água, mas um profissional que andava por ribeiras e rios e verificava se os donos dos campos das margens não entulhavam os leitos ou se as pessoas procediam indevidamente em relação a outros aspectos: poluição da água, pesca ilegal, etc. Não sei se tal função ou equivalente existe hoje, mas, se houvesse e tivéssemos pessoas competentes a desempenhá-la, talvez se evitassem algumas situações de ruína de pessoas e bens…
Com alívio para muitos, os dias decrescem, as temperaturas baixam, a chuva virá e os incêndios hão-de ser extintos. Vivemos muitos dias de Agosto e de Setembro com o coração na boca, cheios de perplexidade, horror e desespero, tantos sofrendo ao vivo e praticamente todos através das televisões. E não sem espanto, um espanto que nos dilacera todos os Verões e que, repetidamente, nos apanha desprevenidos. Isto é tão contraditório e inacreditável, quanto real e intrinsecamente nosso!
Que podemos/devemos nós (cada um de nós) fazer (ou exigir que se faça), já este Inverno e na próxima Primavera, para minorarmos os previsíveis infernos dantescos do Verão de 2017?
Esperar milagres? Ou tentar fazer algo que os tornasse menos necessários?
Resta ainda aquela pergunta que, com muito má consciência, podíamos formular, se não aos Deuses, não fôssemos desagradar-lhes, pelo menos à Natureza, que temos em pouca conta: 
Que te fizemos Natureza, para reagires assim?

José Batista d’Ascenção

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Texto gentilmente cedido pelo Professor Galopim de Carvalho, cuja publicação é uma honra que muito se agradece ao autor

OITENTOSE

Há dias o otorrinolaringologista que me observou, depois de ouvir o meu historial clínico e de olhar para a lista de fármacos que diariamente sou forçado a tomar, olhou para mim com um amistoso sorriso e disse: 
- A sua doença, professor, é só uma e chama-se “oitentose”.
Rimos os dois enquanto ele prescreveu o que entendeu prescrever. Despedimo-nos, ele ficou onde estava, à espera do próximo cliente e eu voltei à minha rotina.
De facto, a “oitentose”, outros há que a referem pela sigla PDI, afectou-me consideravelmente a audição, a visão, a mobilidade e, em consequência disso, o convívio com os outros, com a sociedade que me rodeia. Em contrapartida, aumentou-me a capacidade de interiorização. E nesta interiorização, o natural envelhecimento do corpo conduz, inevitavelmente, ao problema da morte, que, no meu caso pessoal, é sentido com a maior tranquilidade, como um fim de uma etapa natural inscrita na natureza e na evolução da matéria.
São muitos os que, para seu conforto, se agarram à ideia de uma vida “do lado de lá” assegurada pelas respectivas almas. Não é, seguramente, o meu caso.
A Bíblia ensina que a alma, entendida como espírito, é uma emanação exclusiva do Homem a quem Deus deu vida no sexto dia da Criação, o que, segundo o texto sagrado, aconteceu há cerca de seis mil anos. Para os crentes, a alma nasce com o ser humano, cresce e evolui com ele, liberta-se dele no momento da morte do respectivo corpo e permanece para além dele. Nesta concepção, a morte física de alguém tem lugar no momento em que a alma abandona o corpo e parte para uma outra forma de existência, entendida como unicamente espiritual, imortal e, portanto, eterna.
A palavra alma radica no latim “anima” e significa o que anima e dela derivam palavras do nosso dia-a-dia, como animal, animado, animação, ânimo e animismo, a teoria que considera a alma, simultaneamente, princípio de vida psíquica e física ou orgânica. Nesta óptica, abandonado pela alma, o corpo fica sem animação e, portanto, morto.
No âmbito da grande maioria das religiões cristãs e não cristãs, a alma é uma entidade imaterial que continua a existir após a morte do corpo, destinada a fruir, para sempre, a graça celestial ou condenada ao eterno tormento. Os seguidores desta ideia poderão concluir que, uma vez libertas do corpo e dos interesses e compromissos inerentes à vida terrena, as almas se tornam as melhores críticas dos actos dos homens ou das mulheres que foram. 

Na linha da tradição religiosa pagã da antiga Grécia, Platão ensinava que as almas, na sua imortalidade, caminhavam para a perfeição, ganhando sabedoria e libertando-se dos medos e de outros defeitos humanos, entre os quais, a inevitável condição de errar. E essa sabedoria era interpretada por ele como a capacidade de conviver com os deuses por todo o sempre. 
Para Lucrécio, poeta romano do século I a. C., a alma morria com o corpo de que foi complemento. Ele defendia que, após a morte, dela restava o que ele designou por “simulacrum”, entidade a que o povo chama fantasma e que muitos acreditam deambular entre os vivos. Nesta sua visão revela ter bebido na sabedoria grega, nomeadamente, na ideia epicurista de “eidolon”, termo grego que refere o mesmo tipo de entidade.

A Igreja católica ensina que há tantas almas, quantas a pessoas nascidas na Terra. 
Um parêntesis para dizer a quem não sabe que o termo católico tem origem na palavra grega katholikós, que significa Universal.
Há, portanto, as almas das pessoas que estão vivas e as de todas as que já morreram, digamos que desde Adão e Eva. Aceitando esta versão bíblica, o número de almas é imenso e não pára de crescer. Assim sendo, podemos perguntar «onde é que cabem tantas almas?»
A resposta afigura-se-me simples. O conceito de alma implica o seu carácter imaterial. Assim, as almas não têm dimensão física, ou seja, não têm massa nem volume, não têm peso e não ocupam espaço. São como o pensamento. Para elas não há gravidade nem distâncias, nem fronteiras, não há alto nem baixo, nem dia nem noite, nem quente nem frio. São ubiquistas, podendo estar, ao mesmo tempo e a qualquer momento, aqui e nos quasares mais longínquos, nos confins do Universo, a milhares de milhões de anos-luz.
Sendo a alma exclusiva do Homem e se tivermos em atenção a evolução do ser humano como espécie, desde o mais antigo primata, até ao Homo sapiens actual, passando pelos australopitecos e pelos outros hominídeos que os estudiosos têm descoberto e descrito, a pergunta que me ocorre fazer é «a partir de que estádio evolutivo da hominização, os nossos antepassados começaram a surgir acompanhados das respectivas almas?» Foi no Neanderthal, aparecido há umas centenas de milhares de anos, ou foi só no Cro-Magnon, que se pensa ter exterminado aqueles, há uns trinta ou quarenta mil anos?
A alma entendo-a pura e simplesmente como o psiquismo decorrente da vida animal. Sem sombra de dúvida, sabemos que os nossos antepassados exerceram actividade psíquica e, neste sentido, torna-se evidente que tiveram alma tal como eu a entendo. Mais ainda, muitos animais superiores revelam capacidades cerebrais amplamente investigadas em institutos de psicologia animal, pelo que podemos dizer que também têm alma, repito, no sentido que dou à palavra. Quem põe em causa a inteligência de um chimpanzé, de um cão, de um golfinho ou, mesmo, do Troodon formosus, o dinossáurio carnívoro, desaparecido há mais de sessenta milhões de anos?
Nesta concepção, quando morre o corpo morre a alma. O que perdura, por mais ou menos tempo, é a memória que dele, enquanto vivo, nos ficou.

Por vezes, dou por mim a pensar que sou um materialista, no sentido filosófico da palavra, não no sentido vulgar e pejorativo de pessoa só interessada nos bens materiais. Um materialista na linha de Leucipo de Mileto e de Demócrito de Abdera, filósofos atomistas do século V, antes de Cristo, e precursores do materialismo, para os quais tudo o que existia era feito de átomos e vazio. 
Até que algo me “ilumine”, como a tantos outros, sou de opinião de que tudo o que existe é matéria e que todos os fenómenos que observamos são o resultado de interacções materiais. O pensamento, ou seja, a actividade intelectual, psíquica ou espiritual, como alguns preferem dizer, cria as ideias, mas temos de concordar que essa actividade é processada por circuitos eléctricos entre células do cérebro, que sabemos serem entidades materiais feitas de carbono, oxigénio, hidrogénio, azoto e umas pitadas de outros elementos químicos.
Não sendo matéria, as ideias concebo-as como fruto de um estado muito avançado desta realidade física e biológica, que é o cérebro. São parte do intelecto (uns dirão do espírito) de quem as concebeu enquanto criatura viva e, portanto, radicam em algo bem material. Morto o cérebro são muitas as ideias que sobrevivem através das suas criações, por tempo menos ou mais dilatado. Leucipo e Demócrito, para citar apenas dois, morreram há mais de dois milénios, mas as suas ideias continuam bem vivas. As criações materiais, que podemos tocar ou ver, uma escultura ou uma pintura, por exemplo, encerram ideias que não morrem, a não ser que algo as destrua. Mas as criações imateriais morrem se não tiverem quem as mantenha vivas e as transmita. 

O pensamento filosófico ou o matemático só existem se forem registados num qualquer suporte material ou se alguém, como criatura viva, os recordar.

A música existe mas só nos damos conta dela se for escrita, tocada, gravada ou cantada. Praticamente, perdeu-se toda a música que se cantou ou tocou na Antiguidade e na Idade Média, anteriormente à introdução dos pentagramas (pautas) e respectivas notações dos sons, no século XI. Mas sabemos que se fez música porque alguns dos instrumentos usados, como a lira e a cítara, chegaram até nós. 
Com a poesia passa-se o mesmo. Se não for escrita ou registada perde-se. Têm sido muitos os poetas populares, que não sabendo escrever ou não tendo tido quem lhe escrevesse os versos que criaram, morrem, levando consigo toda a poética de que foram autores. Felizmente que, por terem sido escritas, chegaram até nós obras que classificamos de imorredouras e que dizemos serem as almas dos respectivos poetas. E é por isso que se fala da imortalidade de Píndaro, de Virgílio, Dante, Camões, O’Neill, Sofia, Ary… 

Galopim de Carvalho

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Binómio escultura - poesia

A forma no espaço e a palavra poética casando harmoniosamente, com delicadeza, elegância e sensibilidade. Arte original nos materiais, nos processos e na expressão, pelo par artístico, marido e mulher, Fernanda Machado Nogueira e Carlos Gama Nogueira, residentes em Braga.


Polifacetada, a arte de Fernanda Nogueira exprime-se também em peças de croché reproduzindo à escala qualquer objecto: uma sapatilha, um automóvel... ou as comuns peças de roupa que, saídas da sua mão, têm um cunho personalizado em função do destinatário. Com grande rigor na concepção e execução, na forma, nas proporções e no uso e combinação das cores, os seus trabalhos transmitem suavidade e conforto, à vista e ao tacto, pontuando com doçura os momentos de quem os observa, oferece ou... recebe.

José Batista d'Ascenção