segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Os nossos dados, a “tecno-religião” «Dataísmo» e as orientações práticas que nos dá

«Quer realmente saber quem é? […] Faça um teste para sequenciar o seu ADN. […] Faça-o hoje mesmo e convença os seus avós, pais e irmãos a sequenciarem o ADN deles – os dados deles são de extrema importância para si. E já ouviu falar daqueles aparelhos biométricos que lhe medem a tensão arterial e o ritmo cardíaco 24 horas por dia? Ainda bem – compre um, use-o e ligue-o ao seu smartphone. E enquanto estiver a fazer compras adquira também uma câmara e um microfone, grave tudo o que fizer e ponha-o online. E autorize que o Google e o Facebook leiam todos os seus e-mails, verifiquem todas as suas conversas e mensagens e arquivem todos os seus gostos e cliques. Se fizer tudo isto, então os magníficos algoritmos da Internet-Todas-as-Coisas dir-lhe-ão com quem se deve casar, que profissão deve escolher e se deve ou não iniciar uma guerra.»

In:  “Homo Deus”, de Yuval Noah Harari. Elsinore. 14ª Edição, Dezembro 2020, pág. 439.

José Batista d’Ascenção

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

As redes sociais e os dados que lhes fornecemos

Um estudo promovido pelo Facebook indica que «o algoritmo do [próprio] «Facebook já é melhor na avaliação da personalidade e do temperamento de uma pessoa do que os amigos, familiares e cônjuge dessa pessoa. O estudo foi realizado com 86 220 voluntários com conta no Facebook que preencheram um questionário de personalidade com 100 questões. O algoritmo previu as respostas dos voluntários com base no registo de gostos no Facebook – as páginas, imagens e vídeos assinalados com o botão «gosto». Quantos mais «gostos», mais exatas seriam as previsões. De forma surpreendente, o algoritmo precisou apenas de um conjunto de dez «gostos» para superar as previsões dos colegas de trabalho. Precisou de 70 «gostos» para fazer melhor do que os amigos e de 150 «gostos» para superar os cônjuges. Dito por outras palavras, se na sua conta do Facebook já tiver feito mais de 300 gostos, o algoritmo da rede consegue prever as suas opiniões e desejos melhor do que o seu marido ou mulher!»

Na verdade, em algumas áreas o algoritmo do Facebook superou mesmo a própria pessoa.»

In:  “Homo Deus”, de Yuval Noah Harari. Elsinore. 14ª Edição, Dezembro 2020, página 379.

José Batista d’Ascenção