segunda-feira, 29 de julho de 2024

O (sor)riso de Kamala Harris

O mundo precisa de (voltar a) sorrir. As pessoas precisam de sorrisos francos e esperançosos. A política também.

Na(s) dúvida(s) e no cinzentismo bélico, frio e preocupante dos dias que correm, os sorrisos de bondade são (talvez) mais necessários do que nunca.

A face de quaisquer líderes mundiais é triste ou preocupada (vejam-se António Guterres ou o Papa) ou aterradoramente sombria (caso de Putin) ou assustadoramente expansiva, violenta e boçal (como em Trump ou Maduro) ou hipocritamente serena (no caso do líder chinês). E há outros que tais, numa longa lista.

Felizmente surgiu, espero que duradouramente, Kamala Harris. Li algures que os seus risos podem ser comprometedores. A mim parecem-me libertadores. Uma pessoa (uma mulher) bonita, de sorriso aberto e sincero.

Que a vida, pessoal e política, lhe sorria.

Haja esperança.

José Batista d’Ascenção

domingo, 7 de julho de 2024

Tempos de estridência

Por estes dias, sempre que, sozinho, vi um pouco de futebol na TV, optei por desligar o som. E, contrariamente a toda a gente, prefiro. No carro costumo sintonizar a RDP antena 1, mas desligo ou mudo de canal logo que surgem comentaristas ou relatadores de futebol: a fala aos borbotões, o atropelo, a elisão ou o prolongamento gutural das sílabas e a guincharia quando há golos, são-me insuportáveis. Curiosamente, a falta de audição agrava o (meu) problema.

Desde há alguns anos, vejo com prazer as transmissões televisivas da Volta à França. Não tanto por me interessar quem ganha, mas pelas paisagens e monumentos e pela observação do comportamento dos espectadores. Aprecio imenso o saber e a ponderação de Marco Chagas, mas vou desgostando do falar ininterrupto de João Pedro Mendonça, que parece recear o vazio de palavras, quando as imagens são (mais do que) suficientes.

Não sei quantos mais anos vão decorrer até passar (ou atenuar-se) a moda do «todos aos berros», em casa, na rua, nas escolas, nas televisões, na política e em (quase) tudo o mais.

Nos tempos que correm, uma das minhas divisas começa a ser «o silêncio é ouro» ou «escutemo-nos serenamente uns aos outros».

Mas sei que cada vez vou ficar mais fora de moda.

José Batista d’Ascenção