quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Resultado(s) das eleições presidenciais nos EUA – e agora?

Depois de uma campanha presidencial americana em muitos aspectos repugnante, eis o péssimo resultado que tantos temiam. É claro que Clinton não entusiasmava, talvez porque é ou parece manhosa, pouco autêntica, fria e interesseira. Estas são características que muitos apreciam ou julgam necessárias nos líderes políticos. Não é líquido que tenha que ser assim: provam-no tantas pessoas autenticamente generosas dedicadas à causa pública, sem ser preciso invocar exemplos excepcionais como os de Nelson Mandela ou do Papa Francisco. Mas os seres humanos, individualmente considerados ou como elementos de pertença a quaisquer grupos ou massas de votantes, reúnem o belo e o horrível, a nobreza e a indignidade, o bom e o mau. Daí que a resultante dos factores que determinam o “movimento” das sociedades não seja previsível, exigindo, para se progredir em sentido minimamente (e alargadamente) benigno, trabalho árduo, atento, dedicado, persistente e permanente. A escola (para todos) devia ser uma variável importante da equação, mas basta ver o estado a que chegou nos países ditos desenvolvidos (sendo que em muitos dos outros nem sequer existe…), para percebermos quão grande é a sua ineficácia. E, não raro, em níveis mais elevados de escolaridade não são menores os motivos de choque e decepção: veja-se a boçalidade do que se passa (incontrolavelmente?) com as praxes (ditas académicas!) nas universidades portuguesas.
Saiu-nos Trump. E agora? Para onde caminhamos? O mundo parece cada vez mais louco e perigoso. Para compensar, fico-me na esperança de que, em próximas eleições presidenciais americanas, surja novamente, pelo menos, uma mulher candidata, mas negra, como Michelle LaVaughn Robinson Obama. Até lá, que não sejam apenas o horror e as dores da humanidade a alimentar a esperança.
Donde, pesa em nós a obrigação permanente de pensarmos no que podemos ou devemos fazer, no imediato e a prazo, para que os seres humanos se tornem cada vez mais cidadãos esclarecidos, responsáveis, exigentes, conscienciosos e participativos. Assim também no exercício do voto.  

José Batista d’Ascenção

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