terça-feira, 21 de março de 2017

Prevenção de incêndios florestais – muita parra e pouca uva?

Segundo as notícias, o conselho de ministros de hoje terá aprovado uma dúzia de diplomas visando a
Imagem obtida aqui
prevenção de incêndios florestais, a somar a outras medidas já tomadas no mesmo sentido. Não é possível deixar de concordar e apoiar, genericamente… Mas, é erro (de percepção) meu ou, na prática (e no espírito das pessoas), tudo continua como dantes?
Como eu gostaria de ver os serviços de bombeiros a assinalar locais sensíveis e a proceder, agora, enquanto é (seria…) tempo, a fogo preventivo controlado…
Como eu gostaria que os populares tivessem cobertura legal para, nos casos em que as suas casas estão (proximamente) circundadas (no todo ou em parte) de matos e/ou floresta que não lhes pertencem, poderem tomar a iniciativa de cortar o mato e abater as árvores (pinheiros e eucaliptos), em perímetros alargados mas bem definidos, e ficarem com as árvores (ou vendê-las, por exemplo), e com direito a indemnização pelo trabalho realizado, atribuída automaticamente e à custa dos proprietários negligentes sempre que houvesse queixa judicial de qualquer das partes…
Como eu gostaria que o governo destinasse meios financeiros significativos (no quadro das possibilidades do país…) à investigação científica sobre prevenção e combate de incêndios florestais. Igualmente, gostaria de ver criados prémios valiosos a atribuir a investigadores nacionais (como há no estrangeiro) que fossem capazes de inventar algum antídoto imediato e eficaz de supressão de fogo, caso em que o Estado assumiria as diligências formais e o dispêndio com o registo da patente de um tal invento, de que ficaria proprietário.
Como eu gostaria de ver as autarquias envolvidas na limpeza de faixas florestais nas bermas de estradas e zonas limítrofes das povoações, a realizar durante a Primavera, sobretudo no interior, onde as populações estão muito envelhecidas.
Também gostaria de imaginar grandes rebanhos de ovinos e caprinos a espontarem o mato nas regiões serranas, retardando o seu crescimento, mas quem pode acalentar essa ilusão?
Gostaria imenso, ainda, de imaginar as aldeias do interior do meu país repletas de juventude cheia de energia e vontade de gerir e limpar a floresta, rentabilizando os seus recursos. Mas como seria isso possível?
Como eu gostaria de arder na esperança de que vamos minorar o problema. Gostaria, sim.

José Batista d’Ascenção

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