domingo, 17 de fevereiro de 2019

Que respeito pelo ambiente?

Em local aprazível, na margem esquerda do rio Cávado, a meio caminho entre a velha ponte de Prado e a hídrica de Ruães, jaz, há várias semanas, meio encalhado meio a boiar, um frigorífico com a maior das portas escancarada, estendida sobre a água.
Faz-me impressão, aquilo. Não quis registar o facto porque pensei que alguém havia de providenciar a sua remoção sem grande demora, porquanto o espaço merece o cuidado da Junta de Freguesia, e é frequentado por pessoas diversas, da localidade e das proximidades (nem todas com o conveniente grau de educação ambiental, como se comprova) e a toalha líquida é percorrida, num e noutro sentido, por velozes canoístas, alguns de nível internacional, que conseguem progredir a maior velocidade pela linha mediana da albufeira do que a maioria dos que tentam correr pela beira-rio, na margem esquerda; na margem oposta, é frequente a realização de concursos de pesca em que participam numerosos concorrentes de cana em punho, demoradamente.
Além do mais, já testemunhei acções de limpeza dos escuteiros do Agrupamento 30 - S. Paio de Merelim naquele mesmo local, facto por que merecidamente os elogiei, pessoalmente, na hora, e depois, por escrito.
Uma das coisas com que me tentei animar, durante longos anos, quando via a escola a falhar em tantos domínios, foi com a consciência ecológica dos jovens alunos, que supus resultante da acção pedagógica dos professores e que, a meu ver, havia de generalizar-se naturalmente, donde a minha esperança de que os espaços públicos que usamos haveriam de ficar cada vez mais limpos e bem cuidados.
Hoje, estou menos optimista. O que significa que preciso lutar mais ainda: a respeito dos factos e contra os riscos do meu agravado cepticismo.
Por isso, em vez de falar de avalanches de greves, segundo modos e em condições que me causam dúvida, e ressalvadas as legítimas razões e motivos de queixa dos que são “convidados” a fazê-las, ou dos estafados «rankings» de escolas, que (eu suspeito que) procuraram essencialmente vender notícias e estimular (acautelar ou proteger) negócios privados, preferi falar destas falhas que tardamos em prevenir e resolver.
Esperando eu que não se atinja o ponto de ser tarde de mais.

José Batista d’Ascenção

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