sábado, 12 de março de 2022

A escrita que devia ser bem escrita


Cada vez mais, nas televisões, nos jornais e nos mais diversos meios e suportes, vejo pessoas com particular responsabilidade cometerem erros de português que (me) fazem impressão.

Creio que a escola tem aqui uma enorme responsabilidade. Pego nos manuais de ensino que uso e espanto-me com páginas repletas de mapas conceptuais (caixas com termos unidas por linhas, cuja utilidade, a meu ver, se restringe a esquemas razoavelmente pequenos e claros); os exames e testes quase só com perguntas de opção (de letras ou cruzinhas), que tenho de imitar; a profusão de jogos “pedagógicos” que não exigem escrita; etc. Não admira que sejam poucos os alunos que gostam de escrever. E não são muitos os que o fazem escorreitamente, na nossa bela língua. Para mim são perdas de consequências mal medidas.

Depois há as confusões trazidas pelo chamado “acordo ortográfico” (de quem com quem e em nome de quem?), que muitos usam numas palavras e noutras não no mesmo texto (como também me acontece, por estar obrigado ao seu cumprimento, enquanto professor). E há ainda novas posições sobre a “igualdade de género”, que, tomada à letra, aumenta inutilmente o número de palavras num texto, sem lhe acrescentar clareza ou elegância.

O mal maior é que (me) parece que quase ninguém se importa (muito) com isto.

A nossa pátria não é a língua portuguesa bem escrita.

José Batista d’Ascenção.

PS: Putin é um criminoso frio, inumano e muito perigoso. A Europa tem (há muito) lideranças murchas. E não faltam nos meios de informação opinadores que contemporizam com ou justificam a invasão russa da Ucrânia - atribuindo a culpa aos ocidentais, vejam só! 

2 comentários :

  1. .Muitos parabéns por mais um brilhante registo. Estou totalmente de acordo.
    Como vai a sua saúde? Um grande abraço da Luísa e meu

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  2. Obrigado, Carlos. Vou recuperando, gradualmente. Muito obrigado. Um grande abraço.

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