domingo, 21 de outubro de 2018

Boa música em Braga. Boa e diversa

Anteontem terminou o festival «Nova Arcada, Braga Blues», no Theatro Circo, a partir 21.30 horas, com a actuação do guitarrista norte-americano Doug Macleod , na primeira parte, e o grupo sueco «Ida Band & The Blue Tears», na segunda.
Doug Macleod, músico visceral, de grande experiência, sempre sentado, dobrando-se sobre a guitarra, como que a ver sair os sons, e cantanto/dialogando, em prolongamento das histórias contadas nos intervalos de cada música, num «americano» pausado, para facilitar a compreensão, que, assim mesmo, não estava ao alcance de todos, encarnava a música e a comunicação com o público, em ritmo batido com a sua perna esquerda. Sozinho em palco, o cantautor fez um espectáculo extraordinário, conquistando o público que, na parte final, o acompanhou com palmas, em «fusão» de todos no mesmo som musical: e era assim porque Macleod sabia fazer por isso. Foi muito bom.
Após o intervalo surgiram no palco os «Ida Band & The Blue Tears». A vocalista, com um timbre forte e particular, muito agradável, atitude jovem, elegante, vibrante e cheia de agilidade, depressa agarrou a assistência. Os solos vivos de um e de outro guitarrista, a música forte, bela e ritmada e sem falhas de todo o grupo energizaram (literalmente) vários elementos do público e contagiaram toda a gente. Para os loiros músicos também deve ter sido uma experiência muito calorosa e gratificante.
Em ambos os casos houve prolongados aplausos de pé, no final. Parabéns e obrigado: aos artistas e à organização.

Ontem, promovido pela Associação Famílas, também às 21.30 horas, teve lugar um concerto de barroco veneziano no Hotel Vila Galé, que cedeu o espaço, bem no coração da Braga antiga, pela Orquestra Sinfonieta de Braga, com o solista Samuel Bastos no oboé. Foram executadas obras de Vivaldi, António Lotti, Tomaso Albinoni e Alessandro Marcello. Música primorosa, da que eleva o espírito à beleza mais pura e à sensibilidade mais refinada, em evasão de harmonia, libertação e conforto, por artistas exímios, com a melhor qualidade do que se pratica ao nível da Europa, como referiu Carlos Aguiar Gomes, presidente da Associação Famílias, na apresentação, e enfatizou no agradecimento final, quando referiu as origens e as tradições da cultura europeia que nos cabe viver e preservar. E isso acontecerá hoje, pelas 15.00 horas, com a repetição do mesmo concerto em Barcelos, no teatro Gil Vicente (a entrada é gratuita!).
O Hotel Vila Galé foi inaugurado este ano, em resultado do restauro notável das instalações do antigo Hospital de S. Marcos, pela mão da Misericórdia de Braga. A grandeza e beleza do espaço, os elementos da História expostos nos corredores e nos lados do quadrado do claustro, são uma maravilha de ver, não perceptível do exterior, nas ruas envolventes. A todos, muitos parabéns, e um grande obrigado.

É bom viver em Braga.

Nota: as imagens foram recolhidas da «google».

José Batista d’Ascenção

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