segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Em quem (vou) votar? (II)

Sobre os 3º e 4º partidos nas intenções de voto, segundo a sondagem a que a figura se refere.

O terceiro partido em intenções de voto, a fazer fé nas sondagens, é um horror, de ideias idênticas às de Trump, Bolsonaro ou Milei e não destoando de Putin ou Maduro. Portugal não está bem, mas não é de um Salazar(zinho) que precisa. Acontece que o seu líder é um demagogo muito hábil e sem escrúpulos, o que me parece perigoso. Sape, gato!

O bloco de esquerda, que sempre teve personalidades de valia intelectual (Louçã, Marisa Matias, Mariana Mortágua) navega com pouca lucidez em questões supostamente fracturantes. Recordo um seu quadro que, um dia, numa entrevista de jornal, se orgulhava de, no seu tempo de estudante, ter conseguido que os sanitários de professores da sua escola passassem a ser usados pelos alunos. O que logo me lembrou os meus colegas docentes que, como eu, envelhecidos e fragilizados, nem dos mictórios podem servir-se com os cuidados e o vagar necessário, porque pode haver alunos que entram por ali adentro, abrindo as portas a empurrão, molhando o chão ou esfarelando papel, e saindo indiferentes ao dístico que, à entrada, informa que aquele espaço é (seria) para professores. Um visionário que ficou na adolescência, aquele militante. Nem falo daqueloutro que, muito esquerdista na teoria, conseguia bons rendimentos no negócio de alojamento local em Lisboa, contrariando a filosofia do partido.

Mariana Mortágua sabe de economia. Coisa diferente é saber se a política real, com pessoas concretas, poderia levar à prática certas ideias teóricas… Ora, não se conhece lugar onde isso tenha acontecido com sucesso.

José Batista d’Ascenção

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