domingo, 7 de janeiro de 2024

Em quem (vou) votar? (I)

Sobre os líderes dos dois maiores partidos do espectro político português, de que sairá o novo primeiro ministro.

O secretário geral do PS e o presidente do PSD inspiram(-me) pouca confiança.

O novel líder do PS, impetuoso e voluntarista, em tempos, propôs que se ameaçassem os credores de não lhes serem pagas as dívidas, pondo-os a «tremer»; enquanto ministro, autorizou, via redes sociais, uma indemnização a uma «girl», que saiu de um cargo apetecível na TAP para ir ocupar outro porventura mais apetecível no governo, e «esqueceu-se» de que tinha dado a dita autorização durante o tempo todo em que as circunstâncias o não obrigaram a recordar-se. Acabaria por abandonar o governo na sequência de despacho pessoal sobre o famigerado novo aeroporto, que obrigou o primeiro-ministro a revogá-lo de imediato, parecendo, dessa vez, que morria politicamente. Escassos meses depois começou a ressurreição que entusiasmou os correligionários do aparelho. O homem é determinado, mas preocupa os que, como eu, associam certas impetuosidades à lembrança do ex-primeiro ministro Sócrates, que conduziu o governo do país, durante anos, de modo similar àquele que usara para obter um diploma académico de engenheiro técnico, e queixando-se, desde a sua queda política, de ser um perseguido da justiça.

O presidente do PSD esforça-se sem chama e sem carisma; é involuntariamente secundarizado pelo seu «pai político» mais antigo, quando este lhe indica o caminho; vive incomodado com a popularidade do governante que foi «além da troica», cujas medidas não pode assumir nesta altura; chamou «pipis» aos adversários, ele que mora numa habitação com seis pisos (será uma casa «pipi»?); e viu-se atarantado quando um seu próximo partidário, acusado de corrupção, tardava a afastar-se da vice-presidência da bancada parlamentar do PSD. Ele sabe que o seu partido “canibaliza” presidentes a um ritmo voraz. Não adivinho se a glória dele está para vir ou se nunca virá, mas não creio que nos pudesse ou possa levar longe nem bem.

Dava os dois – Santos e Montenegro - pelo preço mínimo: o favor de os levarem para onde não dessem prejuízo.

José Batista d'Ascenção

Sem comentários :

Enviar um comentário