terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Em quem (vou) votar? (III)

Sobre os pequenos partidos, do 5º ao 9º, segundo a sondagem referida na figura ao lado.

A IL, do que percebi dos seus líderes (politicamente melhor o anterior do que o actual) e do candidato que apresentou à presidência da república, para além de visibilidade e poder, não sei bem o que pretendem. E também não sei se eles sabem.

O partido PAN é o palco da sua líder, uma máquina de falar que parece tratar bem da vida (dela), enquanto a organização que dirige se envolve em causas como a de reclamar a justificação de faltas ao trabalho devido a luto por animais de estimação, possibilidade que, deixando de fora prioridades orçamentais, dificilmente teria aplicação universal justa, porque há muitas pessoas, particularmente as mais pobres, que, tendo animais (dos mais diversos…), não fazem registo deles. Mas, que (lhes) interessa isso?

O PCP tem um líder abnegado, que sucedeu a Jerónimo de Sousa, homem firme, simples e simpático. Para além da ideologia, que não resultou bem em tempo algum, em nenhum lugar, ambos me deixaram sem pinga de sangue quando consideraram a invasão da Ucrânia uma «operação militar especial». Álvaro Cunhal era ortodoxo como um rochedo, mas tinha uma qualidade intelectual fora de série, tão elitista como a sua cultura, o que não devia ser crime, sob qualquer ponto de vista. Firmes, os militantes do PCP caminham para a extinção natural, dá-me ideia. O que (também) é um direito deles.

O Livre tem um líder com um discurso coerente e algumas ideias. Mas como esquecer aquela escolha para deputada de Joacine Katar Moreira, que se achava fadada para o cargo, que exerceu excessivamente centrada na exibição das suas tendências pessoais, confundidas com algum referencial de ética e valores extensível a todos?

O CDS parece jazer morto e enterrado e ninguém lhe chora o finamento. Justamente, parece-me, atendendo ao seu percurso evolutivo e à diversidade incongruente de chefes (saudade de Lucas Pires). O líder actual talvez ainda não tenha percebido que não o é. Por isso, procura salvar-se numa coligação, que não lhe diminui a subalternidade. No mínimo ficará como deputado, nacional ou europeu, quando já devia ceder o lugar a outro. Está cheio de sorte.

Chegado aqui, constato: o sistema político-partidário é o que é e como é por falta de cidadania exigente de cada um de nós, eu incluído.

Quanto à questão em epígrafe, permaneço na dúvida.

José Batista d’Ascenção

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