Antes do 25 de Abril de 1974, no tempo dos mais velhos de nós, não havia liberdade, nem de acções nem, sequer, de pensamento.
As mulheres eram ainda mais limitadas, como se fossem seres humanos inferiores.
Os mais jovens não sabem nem têm presentes essas realidades, e, por isso, funcionam como se a liberdade fosse um bem definitivo, pelo qual não é preciso zelar.
Nós, os mais velhos, que somos seus pais e avós, e, na escola, nós, os que somos seus professores, não temos sido eficazes a demonstrar-lhes o valor fundamental de sermos livres, nem a incutir-lhes e a exigir-lhes a responsabilidade de cuidarem escrupulosamente desse bem inestimável que é a liberdade.
Os (nossos) políticos, grande parte deles, também não têm estado à altura, por falta de competência, e, sobretudo, pelo que são enquanto cidadãos e pelos (maus) exemplos que dão.
Infelizmente, em pano de fundo, o (nosso) sistema de justiça (com minúscula) deixa muito a desejar, o que levanta sérias questões de confiança dos cidadãos.
Até por isso, o 25 de Abril não perdeu valor nem simbolismo. Deu-nos a oportunidade - essa tivemo-la e têmo-la. O que fizemos depois e fazemos agora é da nossa responsabilidade e não dos que levaram a cabo o acto inicial libertador. E só a nós responsabiliza.
Obrigado, sempre, aos heróis do 25 de Abril.
José Batista d’Ascenção
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