quinta-feira, 17 de abril de 2025

Holanda em flor

«The most beatiful spring garden in the world», o jardim de Keukenhof, em Lisse, na Holanda. Rezam os panfletos e não é exagero. Um espaço maravilhoso, 32 ha de árvores, “ruas” pedonais, trilhos florestais, alamedas, lagos e muitos, muitos espaços ajardinados, canteiros com perfil irregular ou geometricamente organizados.

Entre as flores predominam as tulipas, originalmente trazidas da Turquia, e “trabalhadas” artificialmente para produzir mais de 800 variedades, na forma, no tamanho e na cor (do vermelho flamejante a todas as outras do espectro). Também os narcisos, tantos e variados, alguns deles oriundos de Portugal, onde pouco os vemos, nos jardins e na Natureza (onde abundavam há algumas décadas). Encantei-me com o Narcissus fernandesii, var. cordubensis, nome (científico) que homenageia o botânico Abílio Fernandes (1906-1994), Professor do Instituto Botânico da Universidade de Coimbra. O ano passado, por esta altura, tinha visto e fotografado o Narcissus jonquilla var. henriquesii no Jardim Botânico de Nova Iorque, e sentira o mesmo contentamento. No Jardim Botânico da Universidade de Coimbra nunca vi nem um nem outro. Outras flores, muito usadas em Keukenhof são os jacintos, das mais diversas cores, as muscari (Muscari armeniacum), as anémonas e outras…

Um mar de cores, às vezes em sectores bem definidos e contrastantes outras vezes em misturas coloridas de várias espécies.

Nos lagos não vi peixes (nem um…), mas abundavam patos. No “andar” arbóreo, muitas aves, algumas de belo canto, adoçavam a “paisagem” sonora, tanto quanto a estimulava uma enorme caixa de música, na margem de um lago circular, que levava muitos visitantes à dança instintiva.

Visitantes que seriam aos milhares, de todas as geografias (mais do que ali, nem em Amsterdão). Portugueses, também ouvi alguns – e duas senhoras trocaram comigo breves ideias sobre botânica. Mas os espaços, hiperfrequentados, estavam cuidados na perfeição. Nem um papel ou recipiente ou detrito a conspurcar o chão, que me pareceu tão limpo quanto o da minha casa. Nas estufas (deslumbrantes) e nos espaços interiores a mesma coisa.

Uma beleza.

Foi aos 11 de Abril de 2025.

José Batista d’Ascenção.

Sem comentários :

Enviar um comentário