Devido à incompetência, hipocrisia e ganância dos líderes partidários e dos seus séquitos fomos forçados inutilmente a (estas) eleições. Os dois principais partidos andaram mal. E os restantes também não estiveram bem.
Como vai correr agora?
Originários das juventudes partidárias, os chefes dos dois maiores partidos não se honram como políticos que coloquem os interesses do país à frente dos seus. Nem aquelas organizações de juventude são escolas de sólida formação cívica, mais parecendo núcleos de ambiciosos que cilindram tudo - e uns aos outros -, seja qual for o preço que o país e os cidadãos tenham de pagar.
São muitos os políticos que confundem os objectivos nobres da política com os proventos dos seus negócios e carreiras, nacionais (caso da multi, hiper e precocemente reformada Assunção Esteves) ou internacionais (como Durão Barroso e vários outros).
Porém, não faltam pessoas competentes, alheias ao vício da ganância, disponíveis para o bem público. Se me pedissem para dar exemplo de uma cidadã íntegra da área do PSD, capaz de exercer nobremente qualquer cargo público, e que se afastou, por não abdicar dos seus princípios, indicaria a bracarense Cristina Fontes, que é «uma senhora», como se diz na (sua) cidade. E conheço muitas outras pessoas, da mesma área partidária, com idêntica rectidão.
No PS o problema é similar. Personalidades da envergadura de Francisco Assis ou Sérgio Sousa Pinto nunca foram chamados à governação nem são (muito) considerados na definição das linhas políticas. Dois meros exemplos.
Em consequência, para evitar o colapso dos dois partidos mais representativos – por enquanto - do nosso sistema político, gostaria que os líderes actuais se afastassem ou fossem afastados num prazo não muito dilatado. E que se abrisse a representação parlamentar a candidatos não necessariamente indicados pelas lideranças e estruturas partidárias.
De contrário, cada vez mais o povo di(ta)rá: «Chega».
Só não sei se já é tarde de mais.
José Batista d’Ascenção
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